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By Ferramentas Blog

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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A ESCOLA DE DEUS



"Logo que nasci fui matriculado na escola de Deus quando recebi o sacramento do batismo, então me tornei membro de sua família.
Quando tinha idade para cursar o ensino fundamental “catequese”, pra receber Cristo pela primeira vez na Hóstia Consagrada, minha mãe insistia para que eu começasse logo e eu sem querer freqüentar, pois reclamava que o domingo era o único dia que eu tinha livre, mas de tanta insistência acabei aceitando.
Comecei freqüentar muito bem só que no decorrer faltei 2 ou 3 vezes e disseram-me que estas faltas me tirariam da conclusão do ensino.
Nessa primeira prova já larguei os estudos para tristeza de minha mãe. Acabei descobrindo depois que era verdade, mas já era tarde.
No ano seguinte com um pouco mais de amadurecimento, senti de verdade que seria hora de entrar de coração no ensino fundamental.
Pedi então para minha mãe renovar a inscrição, pois desta vez eu estava ciente de minha decisão. Daí em diante comecei a estudar para valer, entrei de cabeça e coração, freqüentava todas as aulas com prazer e satisfação. Com o passar dos dias passei também a freqüentar as festas de Cristo aos domingos que é a Santa Missa.
Em pouco tempo já achava ruim ficar fora da escola de Deus e cada vez mais fui conhecendo e vivendo melhor as normas da escola.
Com o ensino fundamental concluído engajei logo no ensino médio “confirmação - o crisma”. E fui aprofundando cada vez mais minha fé em Cristo. Fiquei na faixa de três anos vestibulando nesta escola de Deus, participei de muitos encontros fora da matriz.
Durante o período de vestibular ganhei muita experiência, conheci muitos amigos em Cristo.
Passando um bom tempo da conclusão do ensino médio, o Crisma e do vestibular, dentro da escola de Deus, ouvi falar da faculdade “MOMENTO DE FÉ”. Resolvi fazer uma visita para conhecer melhor e fui percorrendo na sintonia até encontrar o local exato.
Percebi que é uma benção, mas achei estranho seu método de ensino. Quando entendi a formula nunca mais quis ficar longe. Tenho aprendido demais nela, tenho experimentado a trocar o por que pelo para que. Agradeço mais do que reclamo.
Quem pensa no outro e evangeliza alcança a graça mais rápido, troquei corrente de fé pela unidade de fé, pois sou livre não quero prender ninguém.
No ensino fundamental catequese aprendi a usar o adorar senão a Deus, estou aprendendo a me abandonar em Deus e cada vez mais sinto a recompensa.
O bom da escola de Deus é que você já pode iniciar a faculdade e depois recupera o estudo perdido. Não há tempo certo para começar, ou melhor basta querer, nunca é tarde.
Na escola de Deus não há reprovação, pode haver recuperação nas matérias mal desempenhadas, o que há é desistência por parte do aluno que não aceita ser membro desta abençoada escola. De tanto gostar e viver nessa escola ouço alguns dizerem, pra que viver nessa escola e passar por provação toda hora? É melhor viver distante e sossegado.
Já respondo imediatamente – bem como em outra escola existem as provas para nos testar. Na escola comum é para testar nossos conhecimentos, nossa inteligência. E na escola de Deus é para testar nossa fé, nossa força, nossa perseverança.
Bem eu estou em fase de estagio e pretendo um dia ser um educador e formador de novos membros pra essa abençoada escola.
Se você também é um voluntário dessa escola e busca novos alunos, principalmente aqueles indecisos, seja você também!"
Eis a nossa missão, catequisar em todo tempo e lugar!


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CARÍSSIMOS/AS


CATEQUISTAS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS
“Dou graças a meu Deus todas as vezes que me lembro de vós. Sempre, em todas as minhas orações, rezo por vós com alegria, por causa da vossa comunhão conosco na divulgação do evangelho, desde o primeiro dia até agora”. (FL. 1,3-5).
Inspirada pela carta amorosa e transbordante de ternura que Paulo dirige ao povo de Filipos, pensei em cada um de vocês, catequistas, ao refletir essa leitura durante a Celebração Eucarística que nós, assessores, participamos todos os dias, aqui na CNBB.
Nesse mês missionário, somos convocados a REFLETIR a nossa vocação de discípulo missionário, conforme nos aponta o Documento de Aparecida. Muito mais que refletir, somos convidados a nos RE-ENCANTAR, isto é, criar espaço para as moções do Espírito, entrar nesse movimento dinâmico e inovador, deixar-se CONDUZIR para que o encantamento inicial, a admiração, tome conta do nosso SER CATEQUISTA. Que tal voltar às fontes e fazer memória desse CHAMADO, desse ENCONTRO que marcou definitivamente a sua existência como catequista?
“Tenho certeza de que aquele que começou em vós uma boa obra há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus.” Fl 1, 6
Aquele que é razão desse encantamento, Jesus Cristo, que um dia nos chamou pelo nome lá onde nos encontrávamos, no cotidiano das nossas vidas, é fiel, continua presente de uma forma discreta e sutil, é o Deus da caminhada, da travessia, que pedagogicamente vai se revelando, é o Deus de Jesus Cristo. Revela-se do seu jeito não do nosso, por isso é sempre surpreendente e inusitado.
Como catequista, quais os SINAIS de Deus, da sua ação amorosa, que lhe confirmam na MISSÃO?
“É justo que eu pense assim a respeito de vós todos, pois a todos trago no coração,porque, tanto na minha prisão como na defesa e confirmação do evangelho, participais na graça que me foi dada”.FL 1, 7
A filiação divina nos faz participantes da mesma GRAÇA, somos filhos e filhas do mesmo Pai, irmãos de Jesus Cristo, irmanados pelos laços do Espírito possibilitamos que a TRINDADE SANTA faça morada em nosso corpo, em nossa existência e na fragilidade das nossas limitações, expressamos a totalidade do amor de Deus. Comungamos da mesma GRAÇA, que nos possibilita realizar a missão com leveza e gratuidade, descobrindo em cada desafio, que o Senhor nos capacita com seus dons. Na sua missão como Catequista, você se sente agraciado, amado e capacitado por Deus?
“Deus é testemunha de que tenho saudade de todos vós com a ternura de Cristo Jesus. E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência, para discernirdes o que é melhor”. FL 1, 8-10.
A relação que Paulo estabelece com as comunidades é extremamente afetiva e terna, sente saudade, porque criou laços...Preocupa-se, porque sabe das dificuldades e das limitações humanas, por isso, exorta-os para que o amor cresça, supere as diferenças e seja determinante nas escolhas.
Aprendemos de Paulo, que a vocação é expressão do amor de Deus e que o seguimento a Jesus Cristo concretiza-se nas relações que somos capazes de estabelecer com os outros. Será que a nossa catequese é capaz de possibilitar momentos de interação, de partilha, onde se acolhe e respeita o SER do/a catequizando/a na sua totalidade? Qual a nossa postura como catequistas, diante de uma sociedade discriminatória e excludente?
Querido/as catequistas, agradecemos pelos catequistas discípulos missionários, DOM-GRAÇA, derramada sobre as nossas comunidades como expressão da fidelidade Daquele que vos chamou.
Pela Comissão, Ir. Zélia Maria Batista, CF.

sábado, 16 de outubro de 2010

ESTAREI SEMPRE AO SEU LADO”



Quando o menino ia saindo para escola, o pai lhe disse, como dizia todos os dias:
 Minha bênção! Onde você estiver, estarei ao seu lado.
Pouco depois houve um terremoto na região, derrubando quase todas as casas. O homem, que estava trabalhando fora, correu aflito para a escola. Mas que tristeza! Da escola não restou tijolo sobre tijolo. Começou a procurar o filho no meio dos escombros. Outros que já tinham vindo com a mesma finalidade, diziam-lhe:
Não adianta procurar. Infelizmente não sobrou ninguém.
Mas ele continuou procurando. Vieram os homens do Corpo de bombeiros. Vasculharam tudo, e disseram a mesma coisa. Mas o pai continuava escavando o chão.
E assim, vieram outras pessoas dizendo para o pai:
 Não adianta mesmo. Conforme-se. Ponha nas mãos de Deus.
Mas ele continuava revolvendo terras e escombros durante horas e horas: Quero encontrar meu filho, vivo ou morto.
Até que, ao afastar uma enorme pedra, ouviu uma voz fraquinha:
 Pai... estou aqui!
 Você está bem?
 Sim, mas com muita fome e sede... Comigo estão mais 14 colegas... Éramos 36... Estamos presos em um vão, entre dois pilares... Depressa, papai.
O pai abriu uma brecha no meio dos escombros, e todos puseram sair ilesos. O menino repetia triunfante:
 Eu sabia que meu pai estava ao meu lado.
(História verídica, acontecida na Romênia.)
Palavra de vida: Não tenhas medo, pois estou contigo (Is 43,5)



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A ÁGUA DO MUNDO




de Leo Jaime.
Vou correndo, como se isso me fizesse escapar dos pingos da chuva que se inicia. Menos tempo na chuva, pode ser ilusório, mas tenho a impressão de que ficarei menos molhado, de que chegarei menos ensopado. Com o canto do olho observo o senhor que com a mangueira termina de limpar a calçada, mesmo sabendo que a chuva há de modificar todo o cenário nos próximos instantes. Ou vai trazer de volta toda a sujeira que ele está tirando ou vai lavar outra vez o que ele acabou de lavar.
A água que cai do céu cai purinha, purinha, é o que penso enquanto corro dela. A água que cai do céu. Lembro-me do livro da Camille Paglia em que ela afirmava, ou pelo menos foi o que me recordo de ter dali subtraído, que o homem havia optado por viver em grupo por temor aos fenômenos naturais: chuvas, clima, terremotos etc. Foi preciso se unir contra as forças da natureza. As forças amorais na natureza. Quando passa um furacão levando tudo, bons ou os maus, estão todos ameaçados. Quando chove muito e tudo começa a inundar, anjos e demônios poderão estar, em breve, igualmente submersos. Quando a água falta, senhores e escravos morrem da mesma sede. Há forças mais poderosas que a maldade humana.
Os destinos turísticos são, em sua maioria, lugares interessantes por causa da água. Praias, lagos, rios, cachoeiras: somos naturalmente atraídos pela água. A simples vista para o mar ou rio já torna um ambiente mais interessante. Parece óbvio o que digo mas se levarmos em conta que grande parte do planeta é tomado por água isso passa a ser, sim, digno de nota: vivemos em meio a tanta água e ainda somos tão fascinados por ela! Nosso organismo é também, em sua maior porção, água. Somos água, viemos da água, para a água voltaremos e, enquanto tivermos como aproveitar a vida, queremos fazê-lo perto de alguma fonte de água límpida, na beira de um rio ou mar. Navegando, que seja. Queremos água.
Vivemos, porém, sob o alerta de que a água pode acabar. É preciso economizar. Parece absurdo pois a água é absolutamente indestrutível! Se você toca fogo ela vira fumaça e depois volta a ser água, se congela ela derrete e volta a ser água, seja lá o que se faça com ela, a água volta a ser água depois de um tempo, pura e cristalina. E na mesma quantidade! Pois é. Mas pode voltar salgada. Sabe lá o que é morrer de sede em frente ao mar? O prejuízo maior que a água pode sofrer é a poluição. Uma vez poluída a água pode demorar muitos anos para voltar ao seu estado natural, potável, como os pingos da chuva lá do início.



domingo, 12 de setembro de 2010

O Cesto e a Água



Dizem que isto aconteceu muito tempo atrás. Um discípulo chegou para seu mestre e perguntou: "Mestre, por que devemos ler e decorar a Palavra de Deus se nós não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo? E por isso somos obrigados a constantemente decorar de novo o que já esquecemos?"
O mestre não respondeu imediatamente ao seu discípulo. Ele ficou olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao discípulo: "Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto de água e traga-o até aqui para mim".
O discípulo olhou para o cesto sujo, encardido e achou muito estranha a ordem do mestre, mas, mesmo assim, obedeceu. Pegou o cesto, desceu os cem degraus da escadaria que levava até ao riacho, encheu o cesto de água e começou a subir de volta. Como o cesto era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não restava nada.
O mestre perguntou-lhe: "Então, meu filho, o que você aprendeu?"
O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente: "Aprendi que cesto de junco não segura água".
O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo de novo. Quando o discípulo voltou com o cesto vazio novamente, o mestre perguntou-lhe: "Então, meu filho, e agora, o que você aprendeu?"
O discípulo novamente respondeu com sarcasmo: "Que cesto furado não segura água".
O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa. E depois da décima vez, o discípulo estava desesperadamente exausto de tanto descer e subir as escadarias. Porém, o mestre lhe disse: "Meu filho, olhe bem para o cesto, e me responda: O que você aprendeu?"
O discípulo, olhando para dentro do cesto, percebeu admirado: "O cesto está limpo! Apesar de não segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo".
O mestre, por fim, concluiu: "Não importa se você não consiga decorar todas as passagens da Bíblia que você lê, o que importa, na verdade, é que no processo a sua mente e a sua vida ficam limpos diante de Deus".
Leia a Bíblia constantemente e peça para que Deus neste processo venha te purificar com as Sagradas Escrituras.
A Bíblia diz: (Salmos 119.105) "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”.



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Já faz 39 anos que o mês de setembro os católicos celebram o mês da Bíblia. Para este ano estamos convidados a conhecer melhor o Livro de Jonas. Sua história é do nosso conhecimento desde criança, mas a mensagem que o autor do livro de Jonas nos apresenta e sempre atual. Somos convidados a evangelizar as cidades, que assustadoramente nos últimos anos cresceram e concentraram os seres humanos. Assim, Jonas será uma grande contribuição para que o entusiasmo da Igreja não esfrie. Desde o Concílio Vaticano II, a Bíblia ocupou um espaço privilegiado na família, com os grupos de reflexão, os círculos bíblicos, a catequese que se tornou bíblica e nas pequenas comunidades dos bairros das cidades. A Igreja no Brasil que atua na pastoral das periferias das cidades desenvolveu uma prática de leitura e reflexão da Bíblia muito particular e que muito contribui para o sustento da fé dos grupos comunitários e da caminhada das pessoas. É uma forma muito rica e transformadora de viver a missão evangelizadora da Igreja que é a de servir a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. O Mês da Bíblia surgiu há 39 anos em Belo Horizonte e destacou-se a importância da leitura e do estudo das Sagradas Escrituras. Na verdade, o Mês da Bíblia, novidade para os católicos muito contribuiu para o desenvolvimento da Pastoral Bíblica e a compreensão mais profunda da Palavra de Deus nas paróquias e dioceses. Hoje, o estudo da Bíblia deixa de ser uma Pastoral isolada das outras, mas passa ser uma própria e verdadeira animação Bíblica em toda a vida pastoral dos grupos ativos e vem ser a forma mais adequada de acentuar a centralidade da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja. Para este ano de 2010, o mês da Bíblia, propõe o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade. O mês da Bíblia esta ligado a temática da Campanha da Fraternidade deste ano, destaca o livro de Jonas para seu estudo e reforça a idéia da universalidade do amor de Deus, que reconhece o valor de todos, esse texto da Escritura nos faz refletir sobre a evangelização do mundo urbano. Assim, o conhecimento do profeta Jonas será uma grande contribuição para que o entusiasmo não esfrie e a Igreja possa continuar ampliando sua reflexão sobre a amplitude de sua missão. Resumo da história de Jonas A história de Jonas é muito conhecida de todos nós. Já ouvimos muitas vezes, que o personagem de destaque no estudo deste mês da Bíblia é enviado a Nínive, mas ele procura fugir, embarca em um navio para a cidade de Társis, um lugar distante, onde, se acreditava Javé não se encontrava. Mas o que Jonas queria era escapar do convite de Deus, para enfrentar sua realidade ir a Nínive a grande cidade. Diante desta reação, Javé provoca uma forte tempestade. No navio, em que Jonas viajava, para fugir de Deus, os marinheiros trabalham duramente para poderem sobreviver e evitar o náufrago na tempestade, mas Jonas, com medo de Deus, se esconde e dorme tranquilamente e profundamente no porão do navio. Sendo encontrado pelos marinheiros, o próprio Jonas, com medo, pede que seja jogado ao mar imaginando que iria aplacar a ira de Javé. Mas também pensava consigo mesmo afinal se morrer, não terei de assumir a ordem de Javé. Entretanto o improvável acontece, um grande peixe, por ordem da divindade engole-o e, após três dias, Jonas na barriga do grande peixe é vomitado na praia. Enquanto estava nas entranhas do peixe, Jonas rezava. Mas Deus não recua e novamente dá a Jonas a ordem de ir à cidade de Nínive. Depois de tanta insistência de Deus Jonas resolve obedecer. Jonas vai e anuncia a destruição de Nínive. Todos os habitantes se convertem: homens, mulheres, rei e animais. Deus se compadece, e Jonas fica indignado com a atitude misericordiosa de Javé. A história de Jonas é muito conhecida, e uma das cenas preferidas é a de Jonas engolido por um peixe e sua permanência por três dias e três noites, na barriga do peixe (Jn 2,1-2.11). Do objetivo do mês da Bíblia: De fato, a escolha do livro de Jonas para o estudo durante o mês de setembro tem por objetivo tirar os católicos do comodismo e do julgamento preconceituoso e os encaminhar para a evangelização da cidade. Que o estudo e a meditação do livro de Jonas nos ajudem a vencer a tentação de fugir dos desafios da missão na cidade e nos tornem capazes de acolher a todas as pessoas sem acepção. A mensagem de do Livro de Jonas Na época do período da dominação persa em que vivia Neemias e Esdras (450-350 a.C.), os interesses principais, eram a reconstrução de Jerusalém, a restauração da Lei e das práticas rituais, que estavam esquecidos, a eliminação de influências estrangeiras com muitos casamentos mistos, bem como o uso de genealogias para gerarem direitos de pertença ao povo escolhido por Deus. O autor do livro de Jonas, que coloca o nome do livro ao seu personagem principal, ironiza o comportamento do judeu nacionalista e tem um olhar favorável aos estrangeiros. A resistência de Jonas, querendo sempre fugir representa os grupos que não aceitam que Javé seja misericordioso com os povos estrangeiros sejam eles os assírios, como Abdias, Joel, Neemias e Esdras. No decreto do rei de Nínive, o texto faz um apelo à mudança radical de vida: “invocarão a Deus com vigor e se converterá cada qual de seu caminho perverso e da violência que está em suas mãos” (Jn 3,8). O apelo à conversão dos opressores não é a um Deus único, mas o abandono de qualquer forma de injustiça social. Portanto, o livro de Jonas nos apresenta o perdão e a misericórdia de Deus para todas as pessoas, até para os piores inimigos do povo de Israel. A personagem Jonas passa ser símbolo do povo que não acredita na intervenção de Deus a seus inimigos. O autor do livro de Jonas acredita que o perdão e a ação de Deus não têm fronteiras. As pessoas que liam ou ouviam a narrativa de Jonas eram desafiadas a rever a compreensão de Deus. O livro de Jonas passa a ser usado contra uma visão reduzida de grupos de judeus que pensavam que eles eram o único povo abençoado por Deus, sem exceções. O texto vai além, apresenta um Deus que vê e se arrepende do mal. Um Deus que se manifesta sensível à vida do povo, como é apresentado Deus no Êxodo: “Eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor por causa dos seus opressores; pois eu conheço as angustias. Por isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel” (Ex 3,7-8a). Deus vê e age. É um Deus solidário e próximo, favorável a todas as pessoas que se convertem de sua má conduta e ações violentas. Chave de Leitura do livro de Jonas: No capítulo 4 do livro de Jonas, há um duplo questionamento a Jonas: “Tens, por acaso, motivo para te irar?”. “Está certo que te aborreças por causa da mamoneira?” (Jn 4,4.9). Aqui está a chave para a mensagem central do livro. Deus lança um apelo a Jonas para que ele reconheça o seu erro e que Deus está certo ao mostrar sua compaixão diante do comportamento dos assírios em Nínive. O desafio final do livro de Jonas: E o livro termina com a pergunta: “E eu não terei pena de Nínive?”. Esta questão foi um desafio para todos os ouvintes do tempo de Jonas. E continua em aberto, exigindo uma resposta de quem lê a história. Que a narrativa de Jonas possa trazer novas luzes para a nossa vida pessoal e dos nossos grupos de reflexão bíblica e comunidades. Superar preconceitos é um processo para a vida inteira, a cada dia somos desafiados. Que o Deus da ternura e da misericórdia, que o livro de Jonas nos apresenta, ajude-nos a percorrer este caminho novo.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

21º. Domingo do Tempo Comum – C – opção B


Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão.” As palavras de Jesus, neste domingo, parecem ser muito duras, mas devem ser bem interpretadas. Muitos cristãos, ainda hoje, utilizam-se de palavras “severas” da bíblia para impor a moralidade dos costumes, pela massificação da ameaça. Pregações deste gênero usam do medo como forma de coerção, afirmando que muitos serão condenados e que o mundo está inundado no pecado. Mesmo que os valores cristãos estejam cada vez mais ausentes ou pervertidos em nossa sociedade, a nossa postura jamais deve ser de condenação, de imposição. A liberdade é valor primordial a partir de onde se constrói a fé e a vivência cristã.
A primeira vista, poderíamos considerar que Deus seja severo, que deseje a salvação de um número de pequeno de escolhidos, já que o caminho para encontrá-lo é duro, estreito, árduo. Na verdade, Deus não deseja a condenação de ninguém, quer que todos se salvem. Jesus sugere que o banquete do Reino é para todos.
É preciso entender o contexto das palavras do Senhor: Jesus está respondendo aos judeus de sua época, que se achavam os escolhidos, os salvos. Consideravam que sua salvação estava garantida pela raça e pela prática dos costumes e da lei. Hoje a Palavra não nos coloca como justos e juízes do mundo; corremos o risco de nos considerarmos salvos porque pertencemos a Igreja ou a algum grupo, pastoral ou movimento. Podemos erroneamente achar que a nossa salvação está garantida por uma prática exterior da lei, que de algum modo já compramos o passaporte da salvação. Exatamente aqueles que estiveram junto de Jesus, comendo com Ele e ouvindo seus ensinamentos poderão estar reclamando a salvação: “Nós fomos a missa todo domingo, nós participamos de encontros e pregações, nós até fomos às festinhas da paróquia!” A resposta pode nos surpreender. Ninguém tem o passa-porte do Céu. A salvação é um dom. Ninguém se salva com garantias exteriores ou por pertencer a um grupo religioso.
Deus não é mesquinho. A salvação não depende de raça, de religião, de nacionalidade. Também ninguém pode julgar, a não ser o próprio Deus, pode ser juiz dos vivos e dos mortos. A religião não é um conjunto de regras para se chegar ao céu, mas a acolhida de um dom que nos garante a felicidade, construída passo a passo pelo auxílio da graça, até que este dom desabroche totalmente, seja pleno. A salvação é abertura que nos coloca a caminho, na humildade.
A porta estreita do Reino é a cruz de Cristo. Cristo já entrou e nos mostrou o caminho. Não nomeou nenhuma prática ou sinal exterior como garantia. A porta estreita são as exigências do Reino, ou seja, aquilo que nos dá a vida, a felicidade, a paz. Para se abraçar desde já este dom, faz-se necessário a renuncia do poder, da mesquinhez, do orgulho, do prazer pelo prazer, do julgamento, do coração apegado aos bens, da falta da misericórdia. A porta estreita é a renuncia de si mesmo, em busca de uma vida que se transforma em dom, e ali descobre o seu sentido.
A porta estreita é também o enfrentamento dos sofrimentos da vida. A ignorância religiosa faz com algumas pessoas considerem o sofrimento como castigo de Deus. Mas Ele não castiga. Deus não é culpado pelo sofrimento, mas o permite, pois somos limitados, seres em construção a caminho da comunhão divina. O sofrimento tem também um lado positivo: fortifica nossos passos vacilantes. A verdade trazida pela carta aos Hebreus é o sentido pedagógico do sofrimento: crescemos a partir da dor, a partir das perdas, quando compreendemos o quanto somos limitados, contingentes e que não somos donos de nada. A dor, não buscada como fim, mas como dado natural da existência nos edifica, faz-nos crescer. As dores da vida podem ser motivos de ação de graças, se formos capazes de olhar a história com os olhos de Deus.
Conferir a parábola do ferreiro: “Sabedoria em Parábolas” – p. 38/39.












quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Oração do Catequista

Oração do Catequista Senhor, chamaste-me a ser Catequista na Tua Igreja e na minha Paróquia. Confiaste-me , a missão de anunciar a Tua Palavra, de denunciar o pecado, de testemunhar, com a minha vida, os valores do Evangelho. É pesada, Senhor, a minha responsabilidade, mas confio na Tua graça. Faz-me Teu instrumento para que venha o Teu Reino, Reino de amor e de Paz, de Fraternidade e Justiça. Amém

CARTA DA CNBB PARA O DIA DO CATEQUISTA

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética
Brasília‐DF, 24 de junho de 2010.
CAT‐C‐
Queridos/as Catequistas
Catequista, você é especial para Deus!
Sua VOCAÇÃO foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da VIDA: Jesus Cristo.
O último domingo de agosto é o DIA DO CATEQUISTA. É com admiração, reconhecimento e gratidão que a Igreja celebra essa festividade. Celebrar o DIA DO CATEQUISTA é sempre uma GRAÇA,motivo de alegria e de reflexão mais profunda sobre o SER DO CATEQUISTA, sua vocação e missão na Igreja e sociedade. Sentimos ainda os “ECOS” e a chama da esperança que ardeu em nosso coração com a realização da Terceira Semana Brasileira de Catequese.
Sentimo‐nos movidos pela força do Espírito, que nos chama e envia, pelas intuições e propostas do tema da Terceira Semana Brasileira de Catequese: “Iniciação à Vida Cristã”. Nesse Espírito, celebrar o dia do Catequista tem um significado especial, pois são vocês, catequistas, os protagonistas, aqueles que fazem com que o processo de um NOVO JEITO DE FAZER CATEQUESE seja possível. Portanto, confiamos em cada um de vocês, com seus dons partilhados, junto com as forças vivas de toda a Igreja, as comunidades, as pastorais, os movimentos, para que a iniciação à vida cristã seja possível.
Ao celebrar o DIA DO CATEQUISTA queremos refletir sobre a vocação do catequista, que é a vocação do Profeta ‐ aquele/la que fala em nome de Deus e da comunidade a que pertence. A iniciativa sempre parte de Deus. O chamado a ser catequista não é algo pessoal, mas obra divina, graça. A missão do catequista está na raiz da palavra CATEQUESE, que vem do grego Katechein e quer dizer (fazer eco). Logo, catequista é aquele/la que se coloca a serviço da Palavra, que se faz instrumento para que a Palavra ecoe. O Senhor chama você para que, através da sua vida, da sua pessoa, da sua comunicação, a Palavra seja proclamada, Jesus Cristo seja anunciado e testemunhado.
Catequista, você não é só transmissor de idéias, conhecimentos, doutrina, pois sua experiência fundante está no ENCONTRO PESSOAL com a pessoa de Jesus Cristo. Essa experiência é comunicada pelo SER, SABER e SABER FAZER em comunidade (DNC 261).O ser e o saber do catequista sustentam‐se numa espiritualidade da gratuidade, da confiança, da entrega, da certeza de que o SENHOR está presente, é fiel.
Catequista, você é especial para Deus! Sua VOCAÇÃO foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da VIDA: Jesus Cristo. Sabemos das dificuldades que enfrenta para realizar a sua missão, mesmo assim teimosa e dedicadamente prossegue neste peregrinar de partilha, de despojamento e aprendizagens.
Isso demonstra que você cultiva uma profunda espiritualidade alicerçada na Palavra, nos sacramentos, na vida em comunidade. É a experiência do discípulo missionário que vai se configurando na sua trajetória de avanços, desafios e alegrias. É a pedagogia divina, que se concretiza na sua vida permeada de fragilidades e grandeza, medos e coragem, HUMANA e HUMANIZADORA. É com a certeza da ação amorosa do Deus da Vida que você assume a missão de profeta que ouve o chamado de Deus: “Levanta‐te e Vai à Grande Cidade (Jn 1,2). Seu anúncio é traduzido em atitudes proféticas que testemunham os valores evangélicos, é o SER DO CATEQUISTA partilhado na sua inteireza, no serviço generoso, para que o REINO aconteça.
Catequista, que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios que o fazem crescer e acabam gerando profundas alegrias.
Catequista, nesse dia acolha o abraço de gratidão de milhares de pessoas, vidas agradecidas, pela sua presença na educação da fé de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Em sua ação se traduz de uma forma única e original a vocação da Igreja‐Mãe que cuida maternalmente dos filhos que gerou na fé pela ação do Espírito.
Querido/a Catequista, PARABÉNS! Que a Força da Palavra, continue a suscitar‐lhe a fé e o compromisso missionário !
Que os sacramentos sejam a fonte inesgotável da misericórdia, da reconciliação, da justiça e do REENCANTAMENTO.
Que a comunidade continue sendo o referencial da experiência do Enconto com Cristo naqueles que sofrem, naqueles que buscam acolhida e necessitam ser “CUIDADOS”.
A benção amorosa do PAI, que cuida com carinho dos seus filhos e filhas, que um dia nos chamou a viver com alegria a vocação do discípulo missionário, esteja na sua vida, na vida da sua comunidade hoje e sempre.
Fraternalmente,
Dom Eugênio Rixen



sábado, 7 de agosto de 2010

19º. Domingo do Tempo Comum - C

“A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera a convicção acerca das realidades que não se vêem” (Hb 11,1). O Papa Bento XVI em sua encíclica Spe salvi (7) nos diz que a melhor tradução seria “a fé é a substância das coisas que se esperam”, ou seja, a fé nos dá uma concretude da esperança: “poderíamos dizer ‘em gérmen’ e portanto segundo a ‘substância’ – já estão presentes em nós as coisas que se esperam: a totalidade, a vida verdadeira”. De fato, sem a esperança a fé não tem sentido. Não nos serve um acreditar em Deus se não esperamos deste Deus: sua graça, sua vida, a glória. A fé unida à esperança é combustível para ultrapassar nossos limites, para não estagnar diante dos fracassos. É viver a partir da convicção de que a vida se renova a cada dia, de que mesmo diante das tristezas deste mundo, sempre se pode esperar a ação divina que transforma a situação; viver animado pela certeza de que Deus vence no final.
A fé antecipa o que virá, na dinâmica do Reino que é “já e ainda não”. Abraão e Saara não viram a promessa realizada (2ª. Leitura). Somente viram um sinal que antecipava a grande promessa de descendência – o filho Isaac. O nosso Isaac é o que vemos do Reino em meio dos limites da existência: o sorriso da criança, a fraternidade das pessoas, a hospitalidade, a palavra pregada, a Igreja, a Eucaristia. Cremos em Deus e esperamos que Ele seja a solução da história; esperamos no mundo novo, mesmo testemunhando as maldades deste mundo. Parece que quanto mais o tempo passa, mais testemunhamos o quão longe o ser humano pode chegar quão grande são as injustiças e que mesmo as instituições e as pessoas em que acreditávamos são capazes de sucumbir diante do mal. A nossa fé é provada diante das aparentes derrotas do Reino.
A fé não é um conjunto de verdades assimiladas; os homens e mulheres que crêem em Deus correm o risco de viver a partir de verdades e normas que escravizam a vida humana. A fé é um combustível que tem o poder de transformar a nossa vida. O Evangelho chama este modo de viver de vigilância, enfatizando que “o Senhor virá como um ladrão”. Vigilância significa desprendimento (Lc 12,33-34): já vimos no domingo passado que os bens deste mundo não nos completam. Deus o quer despojado, porque como cristão devemos ser sinais de que este mundo passa, de que há algo maior, de que a glória é infinitamente maior que qualquer prazer desta terra. Clemente Romano chama os cristãos de paroichoi – paroquianos. Os paroquianos eram aqueles que viviam em um território estranho por algum tempo e, depois, iam embora, ou seja, eram peregrinos. O cristão é peregrino (um estrangeiro) deste mundo, porque experimenta a alegria da pátria verdadeira que ainda está por vir. Não despreza este mundo, seus valores, suas alegrias, seus prazeres, seus tesouros. Por outro lado, não se deixa seduzir pelas falsas riquezas, prazeres e tesouros. Relativiza tudo, sabe que tudo passa, que tudo se fará novo. Este é o caminho para experimentar antecipadamente o Reino que virá. Vigiar, portanto, significa colocar “mãos à obra”. Cingir os rins (Lc 12,37) é atitude do servo. O judeu dobrava a barra da túnica e cingia os rins a fim de estar mais livre para o serviço necessário. O cristão procura despojar-se do que atrapalha para estar mais livre para servir, para trabalhar por um mundo novo. A vida de fé nos faz ir além de uma existência egoísta que conduz ao investimento das forças no acúmulo, no sucesso, no prazer... A vida deve ser consumida em vistas do que se espera. Ou seja, o Reino prometido é gradativamente conquistado e construído. Crer no mundo novo, onde as relações humanas são entendidas a partir da gratuidade das relações e do amor de Deus, deve nos mover a se empenhar na construção deste mundo aqui e agora.
Há quem muito foi dado, muito será exigido. Jesus nos deixa uma advertência, que o revela como um juiz justo, não um justiceiro. Lembremos que Jesus disse aos mestres que as prostitutas os precederiam no Céu. Seriam elas também mais dignas do que os mestres da fé de nossos dias? Quem recebeu a graça da palavra tem o dever de se empenhar mais pelo amor, pela verdade e pela justiça.

(Pe.Roberto Nentwig)

domingo, 11 de julho de 2010

Desenvolvimento do Processo Catecumenal

A iniciação catecumenal, de acordo com o RICA, se faz em 4 tempos e 3 etapas. A palavra “etapa” aqui tem um significado um pouco diferente do que aparece na linguagem comum. As etapas são entendidas como “portas” (algo que se abre, possibilitando avanço na comunidade), momentos fortes marcados por uma celebração específica que assinala a situação do iniciando dentro do processo, na passagem para o tempo seguinte. Como se vê no quadro abaixo, por exemplo, embora a celebração dos sacramentos seja um sinal forte na caminhada, ela não é o fim do processo, é a “porta” que se abre para a catequese mistagógica, que vai aprofundar a educação para a vivência do mistério.(Estudo da CNBB 97)
Quadro Geral da Iniciação Cristã
(Catecumenato pré-batismal) Conforme o RICA.
1º Temo

Pré- Catecumenato

Ou Primeiro

Anúncio (Querigma) 1ª Etapa-

Rito de

Admissão dos Candidatos 2º Tempo

Catecumenato

(Tempo mais longo de todos) 2ª Etapa-

Preparação

Para os Sacramentos

(eleição) Pároco 3º Tempo

Purificação e iluminação

(quaresma) 3ª Etapa-

Celebração dos

Sacramentos

De Iniciação

(Vigília Pascal)

Pároco 4º Tempo

Mistagogia

(Tempo pascal)

Tempo de acolhimento na comunidade cristã: Ao Catecume-

Nato(entrada)

Paroco Tempo suficientemente

Longo para:

Catequese, reflexão, aprofundamento. Preparação próxima para Sacramentos:

Escrutínios

Entrega do Símbolo e da Oração do Senhor

Catequese.

Práticas quaresmais (CF,etc).

Aprofundamento e maior mergulho no mistério cristão, no mistério pascal, na vida nova.

Vivência na comunidade
Cristã.
Primeira Evangelização. Vivência cristã,
Conversão. Ritos-Catequistas+ equipes litúrgicas.
Inscrição e colóquio com o catequista. Entrosamento com a igreja.

Ritos-Catequistas+ equipes litúrgicas. Ritos-Catequistas+ equipes litúrgicas.




sábado, 10 de julho de 2010

15º. Domingo do Tempo Comum – C





Somos convidados a ser Igreja samaritana. Dois exemplos nos ajudam: a samaritana bebeu da água viva e sai para anunciar a cidade que havia encontrado o messias. Hoje, temos outro samaritano. Aquele que é capaz de se aproximar, compadecer-se, sair da montaria e colocar sobre ela quem está no chão, caído.
O ponto de partida do Evangelho de hoje é a resposta sobre uma pergunta simples dirigida a Jesus: “Quem é o meu próximo?” Para os judeus, próximos eram os da mesma raça. Próximo significa ser amigo, ser vizinho... Jesus mostra que devemos nos fazer próximos. Não é uma categoria de privilegiados, pois podemos nos tornar próximos (solidários) a todos.
Percebemos que Jesus escolheu o que é fundamental – o amor! Este é o verdadeiro cumprimento da lei: o amor misericordioso que está sob toda a lei. O jurista reconhece o amor na teoria, mas usa a lei para aliviar o comprometimento com a misericórdia. O sacerdote era o homem do Templo, dos sacrifícios, dos ofícios. O levita era um “sacerdote de segunda categoria”. Ambos não tinham tempo, pois estavam ocupadas com as “coisas santas”, com o Templo de pedra. Jesus mostra que os homens “mais santos” não cumprem a lei na sua profundidade. Já os desprezados infiéis (samaritanos) se tornam próximos. Para Jesus a justiça não está nos títulos estabelecidos, mas pela atitude misericordiosa. Trata-se de um exame de consciência para avaliarmos a nossa postura religiosa: O que é ser religioso? Ir a Igreja? Cumprir preceitos? Ou trata-se de uma mudança de mentalidade, de uma abertura que me leva a acolher o próximo?
No v. 33, o verbo grego é traduzido como "compadeceu-se, teve misericórdia, foi movido por piedade, por compaixão". Foi esta a atitude do samaritano. No Evangelho de Lucas, o autor usa esse verbo, além da passagem bom samaritano, aplicando-o a Jesus (cf. 7,13= teve compaixão da Viúva que levava o filho) e para o Pai do filho pródigo (cf. 15,20= compadeceu-se do filho que voltara), portanto é um verbo que caracteriza uma ação divina, de quem tem pura gratuidade em sua ação. Quando alguém se compadece do próximo, assemelha-se a Deus.
O gesto do samaritano foi de misericórdia. A palavra misericórdia significa ter o coração batendo junto com o coração dos míseros (= sentir o que eles sentem, sofrer com). Quando sofremos junto com os pobres e sofredores, vamos ao encontro dele. Um doente compreende um doente; nós que vemos de fora, não conseguimos entrar no mundo do sofrimento alheio. Não basta encorajar os outros com palavras prontas, é preciso entrar no seu mundo, mostrar que o nosso coração sente o sofrimento alheio.
A lei do amor não está longe de nós, mas está ao nosso alcance. Nós também podemos amar assim (1ª. Leitura). Também nós podemos ir ao encontro daquele que sofrem, daquele que está doente, daquele que precisa de um conselho, de um sorriso, de alimento, de afeto, de compreensão, de solidariedade... É no cotidiano da vida que somos bons samaritanos. Talvez o judeu caído esteja mais perto de nós do que possamos imaginar. Antes de procurá-lo em um hospital ou num asilo, talvez seja melhor procurá-lo na sua casa e no seu trabalho.
Jesus nos ensina a amar com a totalidade do nosso ser. Amar com o coração (no hebraico centro da escolha, vontade, inteligência, entendimento), amar com a alma (no hebraico, fôlego; ser, pessoa, gente; personalidade, individualidade; vida; alma, desejo, estado de ânimo, sentimento, vontade). Assim, devemos nos voltar a Deus, diz-nos o Deuteronômio (Dt 30,10), com o coração, a inteligência e alma (Dt 6,5; Lc 10,27).
A Eucaristia ó banquete dos próximos. Jesus se torna próximo de toda a humanidade, vem ao nosso encontro, morre por nós, ressuscita, faz-se pão. Aqui nós somos ungidos com o óleo que suaviza a ferida, aqui nós recebemos o vinho da vida que desinfeta ferida e nos dá a verdadeira vida. Só um Deus que se faz próximo pode comer junto em nossa mesa.
“O meu Reino ó quem vai compreender? Não se perde na pressa que tem sacerdote e levita que vão se cuidar... mas se mostra em quem não se contém, se aproxima e procura o melhor para o irmão agredido que viu no chão”.

(Homilia Enviada pelo Pe.Roberto)

terça-feira, 29 de junho de 2010

SEXTA FEIRA DA XII SEMANA DO TC – 25.06.10



REUNIÃO DO CONSELHO PERMANENTE DA CNBB
O trecho do evangelho agora proclamado, faz parte da sessão narrativa de Mateus, com o início do ciclo dos dez milagres. Os acontecimentos estão colocados de tal modo que formam uma introdução ao discurso missionário de Jesus que encerra essa parte do evangelho de Mateus.
O uso da palavra “lepra”, como há pouco ouvimos, pode causar estranheza pela carga negativa e pelo sentido discriminatório que a expressão carrega consigo. Mas, como sabemos, a palavra “lepra”, usada de forma imprecisa na Bíblia, indica doenças de pele, não bem especificadas. Entretanto, no contexto em que nos colocamos, o tipo de doença é irrelevante para o que concerne ao caráter miraculoso da cura narrada por Mateus.
“Eu quero, fica limpo” (Mt 8,3) disse Jesus estendendo a mão e tocando no doente. O evangelista retoma a palavra que o doente havia dirigido a Jesus: “Senhor, se queres, tu tens poder de me purificar! (Mt 8,2). O pedido do doente e a pronta resposta de Jesus colocam em evidência a fé do enfermo e o poder que tem o Senhor de curar. A ordem dada por Jesus de mostrar-se ao sacerdote e fazer a oferta prescrita por Moisés faz parte das determinações contidas no livro do Levítico (Lv 14, 2-9).
O milagre realizado por Jesus é sinal de sua missão libertadora. Remete-nos à cura e purificação que ele realiza em nós, especialmente pela graça sacramental. Pelo Batismo somos purificados, regenerados e libertados do pecado. Tornamo-nos nova criatura (2 Cor 5,17). Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica: “Pelos sacramentos da iniciação cristã o ser humano recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida nós a trazemos ‘em vasos de argila’ (2Cor 4,7). Agora, ela se encontra ‘escondida com Cristo em Deus (Cl 3,3). Estamos ainda em ‘nossa morada terrestre’ (2Cor 5,1), sujeitos ao sofrimento, à doença e à morte. Esta nova vida de filho de Deus pode se tornar debilitada e até perdida pelo pecado. O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação” (cf. CIgC 1420 e 1421).
A cura do leproso nos leva a pensar na purificação que Cristo realiza em nós quando nos liberta da terrível lepra do pecado que é sempre uma ofensa a Deus, ruptura de comunhão com o Pai e com sua família que é a Igreja. Jesus instituiu o sacramento da Penitência para todos os que perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. Este sacramento, como diz Tertuliano, é “a segunda tábua de salvação depois do naufrágio que, é a perda da graça”. Concedendo aos apóstolos seu próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor lhes dá também a autoridade de reconciliar os pecadores com a Igreja.
O Catecismo da Igreja Católica também nos ensina que a comunhão eucarística afasta-nos do pecado. “O Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é ‘entregue por nós’, e o Sangue que bebemos é ‘derramado para remissão dos pecados. É por isso que a Eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem purificar-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e sem preservar-nos dos pecados futuros” (CIgC, 1393).
Diz-nos Santo Ambrósio: “Toda vez que o recebermos, anunciamos a morte do Senhor (1Cor 11,26). Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. Se toda vez que o seu Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebê-los sempre, para que perdoe sempre os meus pecados” (in CIgC, p. 334).
Renovamos o pedido que fizemos na oração do dia: Que o Senhor nos dê, por toda a vida, a graça de amá-lo, pois ele nunca deixa de conduzir os que ele mesmo firma no seu amor.
 
Homilia de Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana e Presidente da CNBB, por ocasião da reunião do Conselho Permanente, em Brasília, aos 25 de junho de 2010.


















sábado, 26 de junho de 2010

ENCONTRO DE CATEQUESE EM BRASÍLIA

O tema da Iniciação Cristã é desdobramento de
Vaticano II – Evangelii Nuntiandi
Catechesi Tradendae 1977
Diretório Geral p/ Catequese - 1997
Diretório Nacional de Catequese 2001-2006
Aparecida 2007
Diretrizes Gerais da CNBB 2008-2011
Brasil na Missão Continental 2008... e outros...
A tema "Iniciação
à Vida Cristã" foi tema
prioritário da 47a. AG da CNBB
e da 3a. Sem. Bras. de Catequese
Fala-se que é um dos possíveis
temas do próximo Sínodo dos Bispos
A INICIAÇÃO SÓ CABE NUM
MODELO DE IGREJA
MISSIONÁRIO - EVANGELIZADORA
NOSSA CATEQUESE ATUAL APESAR DE GRANDES RENOVAÇÕES
provém de um modelo de Cristandade
e não responde mais à nossa época.
Daí a exigência de uma mudança de paradigmas e não apenas algumas alterações... (maquiagem...)
Descompasso entre a
Prática sacramental – ministério dos Sacramentos
E a Evangelização – Pregação – Catequese – ministério da Palavra
Iniciação Cristã:
Processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Cristo Jesus;
não se reduz à catequese, que é um elemento muito importante do complexo processo pelo qual alguém é iniciado na fé cristã.
Iniciação Cristã:
Teologicamente falando a verdadeira iniciação se dá na celebração (recepção) dos sacramen-tos do Batismo, Eucaristia e Crisma
chamados justamente, a partir do século XIX, de Sacramentos da Iniciação.
Trata-se de uma iniciação que poderíamos chamar de sacramental ou ontológica.
Pela doutrina do “ex opere operato”
ou seja, uma vez realizado o sacramento com fé e com todos os requisitos canônico-litúrgicos, realiza-se o efeito salvífico significado pelo rito sacramental,
a Igreja professa que todo batizado é verdadeiramente incorporado em Cristo Jesus e começa a fazer parte de seu Corpo Místico, do Povo de Deus, da Igreja.
A expressão iniciação cristã
passou a significar todo o processo pós-batismal percorrido para se chegar a esta profunda realidade da fé do ponto de vista experiencial e existencial.
É a iniciação que, uma vez realizada sacramentalmente, faz com que a pessoa se conscientize,
assuma e viva plenamente essa maravilhosa realidade da vida divina comunicada pelo mergulho (batismo) no mistério pascal de Cristo Jesus.
O Catecumenato
A história nos ensina que a partir do II século, o catecumenato foi o grande caminho e processo de difusão e comunicação da fé cristã.
Ele foi-se estruturando e tornou-se uma das mais eficazes práticas pastorais de toda a história bimilenar da Igreja.
Através de uma robusta e intensa prática evangelizadora,
de formação moral-doutrinal (catequese)
e litúrgico-celebrativa (liturgia)
as comunidades cristãs preparavam cristãos verdadeiramente fiéis, praticantes, destemidos e corajosos
a ponto de enfrentarem o martírio provocado pelas intimidadoras e apavorantes perseguições do Império Romano .
Catecumenato
como processo Iniciático
que hoje se quer recuperar.
Importância do conceito de
Mistério... ação de Deus.
Mística – Espiritualidade.
Iniciação (processo místico) x
aprendizado escolar, curso...
designa propriamente o
2o. Tempo do processo
mas se aplica
impropriamente a
todo o processo que
deveria ser chamado de
Iniciação à Vida Cristã
Com o RICA e
outros documentos
popularizo-se a expressão
Iniciação Cristã.
Cuidado para não
desgastar esse conceito
Neo-catecumenato:
distinção, limites
e valores.








2- A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NA SAGRADA ESCRITURA

A Bíblia é um livro de adultos e para adultos. São os adultos que têm maior condição de refletir sobre o conjunto da mensagem e tomar decisões a partir da provocação da Palavra da Escritura. A Bíblia é texto essencial em catequese com adultos.

CONCLUSÃO.

2.1- A Revelação Bíblica e os adultos

A Bíblia é um livro escrito por adultos e para adultos.
Mostra o Itinerário de um povo que lê os sinais de Deus na sua história.
Nela os adultos mantêm vivas as tradições, transmitindo de geração em geração os fundamentos da fé (Sl 44. 78).
As festas são espaço de catequese, onde se prevê que o adulto seja o veículo da memória do fato celebrado (cf.: Êx 12,26-27).
As orações e recitações de relatos históricos são elementos importantes na educação da fé dos adultos.
O Shemá, “ouve, Israel”..., núcleo básico da fé de Israel, era rezado diariamente (Dt. 6,4-25) o Credo Histórico do povo de Deus (Dt.26,4-9). As advertências e consolações dos profetas são parte da formação dos adultos (cf. 2o Sm 12,1-14; Jr.7,1-15). Os Sapienciais mostram a diversidade de abordagens em livros escritos com óticas diferentes, conforme o contexto que querem responder .
A Bíblia trata do cotidiano com transparência e honestidade ao expor as fraquezas humanas de grandes figuras da fé.
Dentro dos limites da época e da cultura, promove o respeito à vida, chama à responsabilidade os adultos que precisam se posicionar diante da situação sócio-cultural em que vivem (cf. Dt.30,11-20).
O Novo Testamento mostra a formação dos adultos nas comunidades. Eram eles que se convertiam e levavam a família inteira à nova fé (cf. Lc 24, 13-35; Jo 4, 1-45; Lc 19,1-10; Mt 15, 21-31; At 8, 26-40; 10,1-48 ; 1Cor 11, 17-34 e outros).

Estas reflexões (que não pretendem ser completas) mostram que não se trata de colocar simplesmente a Bíblia na catequese com adultos e fazer a leitura de certos textos. Supõe que o agente saiba usar a Bíblia dentro de uma visão libertadora, dentro do contexto atual da vida, levando a um compromisso em nível pessoal, comunitário e social.

3- PERGUNTAS PARA AJUDAR NO APROFUNDAMENTO DO TEXTO

1. Quais as dificuldades encontradas na sua comunidade com o uso da Bíblia na catequese dos adultos e quais foram os resultados?

2. Dêem algumas propostas concretas que poderiam levar adiante essa questão na sua Diocese e no seu Regional.


BIBLIOGRAFIA
· Como nossa Igreja lê a Bíblia - CNBB - Paulinas – 1995.
· Crescer na Leitura da Bíblia- CNBB- Paulus, 2002
· A Bíblia na Catequese com Adultos - Revista Vida Pastoral de setembro-outubro 2001.
· A Bíblia na catequese - Inês Broshuis - Paulinas 2001.