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sábado, 21 de agosto de 2010

21º. Domingo do Tempo Comum – C – opção B


Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão.” As palavras de Jesus, neste domingo, parecem ser muito duras, mas devem ser bem interpretadas. Muitos cristãos, ainda hoje, utilizam-se de palavras “severas” da bíblia para impor a moralidade dos costumes, pela massificação da ameaça. Pregações deste gênero usam do medo como forma de coerção, afirmando que muitos serão condenados e que o mundo está inundado no pecado. Mesmo que os valores cristãos estejam cada vez mais ausentes ou pervertidos em nossa sociedade, a nossa postura jamais deve ser de condenação, de imposição. A liberdade é valor primordial a partir de onde se constrói a fé e a vivência cristã.
A primeira vista, poderíamos considerar que Deus seja severo, que deseje a salvação de um número de pequeno de escolhidos, já que o caminho para encontrá-lo é duro, estreito, árduo. Na verdade, Deus não deseja a condenação de ninguém, quer que todos se salvem. Jesus sugere que o banquete do Reino é para todos.
É preciso entender o contexto das palavras do Senhor: Jesus está respondendo aos judeus de sua época, que se achavam os escolhidos, os salvos. Consideravam que sua salvação estava garantida pela raça e pela prática dos costumes e da lei. Hoje a Palavra não nos coloca como justos e juízes do mundo; corremos o risco de nos considerarmos salvos porque pertencemos a Igreja ou a algum grupo, pastoral ou movimento. Podemos erroneamente achar que a nossa salvação está garantida por uma prática exterior da lei, que de algum modo já compramos o passaporte da salvação. Exatamente aqueles que estiveram junto de Jesus, comendo com Ele e ouvindo seus ensinamentos poderão estar reclamando a salvação: “Nós fomos a missa todo domingo, nós participamos de encontros e pregações, nós até fomos às festinhas da paróquia!” A resposta pode nos surpreender. Ninguém tem o passa-porte do Céu. A salvação é um dom. Ninguém se salva com garantias exteriores ou por pertencer a um grupo religioso.
Deus não é mesquinho. A salvação não depende de raça, de religião, de nacionalidade. Também ninguém pode julgar, a não ser o próprio Deus, pode ser juiz dos vivos e dos mortos. A religião não é um conjunto de regras para se chegar ao céu, mas a acolhida de um dom que nos garante a felicidade, construída passo a passo pelo auxílio da graça, até que este dom desabroche totalmente, seja pleno. A salvação é abertura que nos coloca a caminho, na humildade.
A porta estreita do Reino é a cruz de Cristo. Cristo já entrou e nos mostrou o caminho. Não nomeou nenhuma prática ou sinal exterior como garantia. A porta estreita são as exigências do Reino, ou seja, aquilo que nos dá a vida, a felicidade, a paz. Para se abraçar desde já este dom, faz-se necessário a renuncia do poder, da mesquinhez, do orgulho, do prazer pelo prazer, do julgamento, do coração apegado aos bens, da falta da misericórdia. A porta estreita é a renuncia de si mesmo, em busca de uma vida que se transforma em dom, e ali descobre o seu sentido.
A porta estreita é também o enfrentamento dos sofrimentos da vida. A ignorância religiosa faz com algumas pessoas considerem o sofrimento como castigo de Deus. Mas Ele não castiga. Deus não é culpado pelo sofrimento, mas o permite, pois somos limitados, seres em construção a caminho da comunhão divina. O sofrimento tem também um lado positivo: fortifica nossos passos vacilantes. A verdade trazida pela carta aos Hebreus é o sentido pedagógico do sofrimento: crescemos a partir da dor, a partir das perdas, quando compreendemos o quanto somos limitados, contingentes e que não somos donos de nada. A dor, não buscada como fim, mas como dado natural da existência nos edifica, faz-nos crescer. As dores da vida podem ser motivos de ação de graças, se formos capazes de olhar a história com os olhos de Deus.
Conferir a parábola do ferreiro: “Sabedoria em Parábolas” – p. 38/39.












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A fé cristã é nossa resposta livre e pessoal à Palavra de Deus, que nos interpela em Jesus Cristo(CR nº246). Só quem tem fé, se arrisca no amor de Jesus Cristo! Deixe o seu recado:

2- A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NA SAGRADA ESCRITURA

A Bíblia é um livro de adultos e para adultos. São os adultos que têm maior condição de refletir sobre o conjunto da mensagem e tomar decisões a partir da provocação da Palavra da Escritura. A Bíblia é texto essencial em catequese com adultos.

CONCLUSÃO.

2.1- A Revelação Bíblica e os adultos

A Bíblia é um livro escrito por adultos e para adultos.
Mostra o Itinerário de um povo que lê os sinais de Deus na sua história.
Nela os adultos mantêm vivas as tradições, transmitindo de geração em geração os fundamentos da fé (Sl 44. 78).
As festas são espaço de catequese, onde se prevê que o adulto seja o veículo da memória do fato celebrado (cf.: Êx 12,26-27).
As orações e recitações de relatos históricos são elementos importantes na educação da fé dos adultos.
O Shemá, “ouve, Israel”..., núcleo básico da fé de Israel, era rezado diariamente (Dt. 6,4-25) o Credo Histórico do povo de Deus (Dt.26,4-9). As advertências e consolações dos profetas são parte da formação dos adultos (cf. 2o Sm 12,1-14; Jr.7,1-15). Os Sapienciais mostram a diversidade de abordagens em livros escritos com óticas diferentes, conforme o contexto que querem responder .
A Bíblia trata do cotidiano com transparência e honestidade ao expor as fraquezas humanas de grandes figuras da fé.
Dentro dos limites da época e da cultura, promove o respeito à vida, chama à responsabilidade os adultos que precisam se posicionar diante da situação sócio-cultural em que vivem (cf. Dt.30,11-20).
O Novo Testamento mostra a formação dos adultos nas comunidades. Eram eles que se convertiam e levavam a família inteira à nova fé (cf. Lc 24, 13-35; Jo 4, 1-45; Lc 19,1-10; Mt 15, 21-31; At 8, 26-40; 10,1-48 ; 1Cor 11, 17-34 e outros).

Estas reflexões (que não pretendem ser completas) mostram que não se trata de colocar simplesmente a Bíblia na catequese com adultos e fazer a leitura de certos textos. Supõe que o agente saiba usar a Bíblia dentro de uma visão libertadora, dentro do contexto atual da vida, levando a um compromisso em nível pessoal, comunitário e social.

3- PERGUNTAS PARA AJUDAR NO APROFUNDAMENTO DO TEXTO

1. Quais as dificuldades encontradas na sua comunidade com o uso da Bíblia na catequese dos adultos e quais foram os resultados?

2. Dêem algumas propostas concretas que poderiam levar adiante essa questão na sua Diocese e no seu Regional.


BIBLIOGRAFIA
· Como nossa Igreja lê a Bíblia - CNBB - Paulinas – 1995.
· Crescer na Leitura da Bíblia- CNBB- Paulus, 2002
· A Bíblia na Catequese com Adultos - Revista Vida Pastoral de setembro-outubro 2001.
· A Bíblia na catequese - Inês Broshuis - Paulinas 2001.