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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2011-2015 (DGAE 2011-2015)

  • 1.   CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL   DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL 2011 – 2015   Jesus Cristo, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14, 6)
  • 2. Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, Como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, À luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (cf. Jo 10,10), Rumo ao Reino definitivo .
  • 3. INTRODUÇÃO I - PARTIR DE JESUS CRISTO II - MARCAS DE NOSSO TEMPO III - URGÊNCIAS NA AÇÃO EVANGELIZADORA Igreja em estado permanente de missão Igreja: casa da iniciação à vida cristã Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral Igreja: comunidade de comunidades Igreja a serviço da vida plena para todos
  • 4. IV - PERSPECTIVAS DE AÇÃO Igreja em permanente estado de missão Igreja: casa da iniciação à vida cristã Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral Igreja: comunidade de comunidades Igreja a serviço da vida plena para todos V - INDICAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO O plano como fruto de um processo de planejamento Passos metodológicos CONCLUSÃO: COMPROMISSO DE UNIDADE NA MISSÃO
  • 5. PLANEJAMENTO PASTORAL Desde o Plano de Emergência(1962), a Igreja no Brasil não interrompeu o processo de planejamento pastoral, elaborando diretrizes e planos, para corresponder melhor à ação do Espírito numa realidade em transformação. Deseja, mais uma vez, contemplar o cotidiano do povo brasileiro, notadamente dos mais sofridos, voltar às fontes desta mesma fé e indicar caminhos a serem trilhados.
  • 6. As Diretrizes indicam o caminho a seguir, abordando aspectos prioritários da ação evangelizadora, princípios norteadores e urgências irrenunciáveis. Realizar planos é tarefa das Igrejas Particulares - paróquias, comunidades, organismos, movimentos leigos, Institutos de Vida Consagrada - os agentes de pastoral. Na interação entre as Diretrizes e os planos, o Objetivo Geral é assumido por todas as Igrejas Particulares, preservando a unidade e a diversidade . DIRETRIZES E PLANOS DE PASTORAL
  • 7. “ As Diretrizes apontam um desafio imenso, pois, em cada indicação, pedem o esforço de não nos assustarmos diante das transformações, mas, confiantes no Crucificado-Ressuscitado que tudo venceu, olharmos para o Horizonte novo, assumindo corajosamente o que a graça de Deus nos pede para os dias de hoje”. Da apresentação das Diretrizes
  • 8.  
  • 9. Toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e seu Reino. Nele, com Ele e a partir d’Ele mergulhamos no mistério trinitário, construindo nossa vida pessoal e comunitária. Nisto se manifesta nosso discipulado-missionário: contemplamos Jesus Cristo atuante em meio à realidade, compreendemos a realidade à sua luz e com ela nos relacionamos no desejo de que nosso olhar, ser e agir sejam reflexos do seguimento ao Senhor Jesus. Para executar planejamentos pastorais devemos antes pararmos e nos colocarmos diante de Jesus Cristo SEGUIMENTO AO SENHOR JESUS
  • 10. DEUS SE COMUNICA CONOSCO Deus se comunica conosco por meio de sua Palavra: “ Como nos mostra claramente o Prólogo de João, o Logos indica originariamente o Verbo eterno, ou seja, o filho unigênito, gerado pelo Pai antes de todos os séculos e consubstancial a Ele: o Verbo estava junto de Deus, o Verbo era Deus . Mas este mesmo Verbo – afirma São João – ‘fez-se carne’ (Jo 1,14); por isso Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, é realmente o Verbo de Deus que Se fez consubstancial a nós. Assim a expressão ‘Palavra de Deus’ acaba por indicar aqui a pessoa de Jesus Cristo, Filho eterno do Pai feito homem ”. ( Exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini)
  • 11. JESUS CRISTO – alteridade e gratuidade – Jesus Cristo é entrega, dom de si para o outro. É contínuo convite aos discípulos missionários e, por meio deles, a toda a humanidade para segui-lo, em meio às diferenças e desencontros. O encontro com Jesus Cristo é acolhimento da graça do Pai que revela o Salvador e atua no coração de cada pessoa, possibilitando-lhe esta resposta. As atitudes de alteridade e gratuidade marcam a vida do discípulo missionário de todos os tempos .
  • 12. Nestes tempos de apelo ao individualismo hedonista e ao consumismo, deparamo-nos com propostas religiosas que oferecem o encontro com Deus sem o efetivo compromisso cristão e a formação de comunidade. Desaparece a imagem do Deus Pai de Jesus Cristo, atento às aves do céu, aos lírios do campo ou a um fio de cabelo. Surge a imagem do Deus da troca, do negócio, dando a impressão de que Ele se preocupa mais por lucrar através dos pedidos, notadamente dos que sofrem. Em tudo isso, o discípulo missionário reconhece o amor como o caminho para o Deus revelado, em e por Jesus Cristo, e sempre desconfiará das propostas que não brotem do amor nem levem a ele. O DEUS DE JESUS CRISTO
  • 13. O discípulo missionário sabe: para anunciar o Evangelho ele deve conhecer a realidade à sua volta e nela mergulhar com o olhar da fé, em atitude de discernimento. Como o Filho de Deus assumiu a condição humana, exceto o pecado, nascendo e vivendo em determinado povo e realidade histórica, nós, como discípulos missionários, anunciamos os valores do Evangelho do Reino na realidade que nos cerca, à luz da Pessoa, da Vida e Palavra de Jesus Cristo, Senhor e Salvador.
  • 14. CONSIDERAR A REALIDADE O Concílio Vaticano II nos conclama a considerar atentamente a realidade, para nela viver e testemunhar nossa fé, solidários a todos, especialmente aos mais pobres. Sabemos não ser fácil compreender a realidade. Ela é sempre mais complexa do que podemos imaginar. Nela existem luzes e sombras, alegrias e preocupações. Daí a atitude de diálogo, de evangélica visão crítica, na busca de elementos que permitam, em meio à diversidade de compreensões, estabelecer fundamentos para a ação.
  • 15. VIVEMOS UMA MUDANÇA DE ÉPOCA A Conferência de Aparecida recorda: vivemos um tempo de transformações profundas que afetam a realidade como um todo, chegando aos critérios de compreensão e julgamento da vida. Estamos diante de uma globalização não apenas geográfica. As transformações atingem os setores da vida humana; Não vivemos uma “ época de mudanças, mas uma mudança de época ”. O que era certeza, se mostra insuficiente para responder a situações novas.
  • 16. RELATIVISMO E FUNDAMENTALISMO Duas mudanças se destacam: * O relativismo , próprio de quem, não enraizado, oscila entre as inúmeras possibilidades oferecidas. * Os fundamentalismos fechados em determinados aspectos, não considerando a pluralidade e o caráter histórico da realidade como um todo. Estas duas atitudes se desdobram em outras: o laicismo militante, com posturas contra a Igreja e a Verdade do Evangelho, a irracionalidade da cultura midiática, o amoralismo, e um projeto de nação sem considerar os anseios do povo.
  • 17. A CIDADANIA ESTÁ COMPROMETIDA As leis do mercado, do lucro e dos bens materiais regulam também as relações humanas, familiares e sociais, incluindo certas atitudes religiosas. Crescem as propostas de felicidade, realização e sucesso pessoal, em detrimento do bem comum e da solidariedade. Os pobres são considerados supérfluos e descartáveis. Isto compromete o equilíbrio entre os povos, a preservação da natureza, o acesso à terra para trabalho e renda. É preciso pensar na função do Estado, na redescoberta de valores éticos, para a superação da corrupção, da violência, do narcotráfico, que envolve pessoas e armamentos. A cidadania está comprometida.
  • 18.  
  • 19. Quando a realidade se transforma, devem se transformar os caminhos da ação evangelizadora. Instrumentos e métodos assumidos em outros momentos históricos, podem não apresentar, em nossos dias, condições de transmitir e sustentar a fé. As mudanças de época atingem os próprios critérios de compreender a vida, tudo o que a ela diz respeito, inclusive a própria maneira de entender Deus. O nome de Jesus Cristo é utilizado para expressar atitudes até mesmo opostas ao Reino de Deus, deixando confusos os que querem efetivamente viver o discipulado-missionário. URGÊNCIAS NA AÇÃO EVANGELIZADORA
  • 20. A Conferência de Aparecida nos convoca a ultrapassar uma pastoral de conservação ou manutenção para assumir uma pastoral missionária, que chamou de conversão pastoral . A ponta a conversão pastoral como caminho para a ação evangelizadora: “ Uma verdadeira conversão pastoral deve estimular-nos e inspirar-nos atitudes e iniciativas de auto-avaliação e coragem de mudar estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações.Temos necessidade urgente de viver na Igreja a paixão que norteia a vida de Jesus Cristo: o Reino de Deus, fonte de graça, justiça, paz e amor. Por esse Reino, o Senhor deu a vida” . URGÊNCIA DE UMA CONVERSÃO PASTORAL
  • 21. Neste sentido emergem urgências na evangelização, presentes em todos os processos de planejamento e planos. São o elo em termos de evangelização em todo o Brasil. Mostram uma Igreja em comunhão com sua história, com as conclusões de Aparecida, com as demais Igrejas, com a realidade sofrida do povo no Continente. São elas: - Igreja em estado permanente de missão; - Igreja: casa da iniciação à vida cristã; - Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; - Igreja: comunidade de comunidades; - Igreja a serviço da vida plena para todos . Urgências na evangelização
  • 22. Jesus Cristo, o grande missionário do Pai, envia seus discípulos em constante atitude de missão. Quem se apaixona por Jesus Cristo deve transbordá-lo no testemunho e no anúncio de sua pessoa e mensagem. A Igreja existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. Fechar-se à dimensão missionária implica fechar-se ao Espírito Santo atuante, impulsionador e defensor . Em toda a sua história, a Igreja nunca deixou de ser missionária. Em cada tempo e lugar, esta missão assume perspectivas distintas. IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO
  • 23. No atual período da história, a missão assume um rosto próprio, com pelo menos três características: urgência, amplitude e inclusão. A missão é urgente em decorrência da oscilação de critérios. É ampla e includente porque reconhece que todas as situações, tempos e locais, são seus interlocutores. Até mesmo o discípulo missionário é, para si, um destinatário da missão, na medida em que está inserido nesta mudança de época, com referências e valores nem sempre sedimentados. Trata-se de suscitar em cada batizado e em cada forma de organização eclesial uma forte consciência missionária. MISSÃO : URGÊNCIA, AMPLITUDE E INCLUSÃO
  • 24. Neste redescobrir missionário, emerge o papel de cada pessoa batizada em todos os lugares e situações pelo testemunho pessoal, base para o explícito anúncio. Depois surge a urgência de se pensar estruturas pastorais que favoreçam a realização da atual consciência missionária. Esta “deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais”, a ponto de deixar para trás práticas, costumes e estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé. Nesta mudança de época é preciso agir com rapidez. Urgências de novas estruturas pastorais
  • 25. IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ Cada tempo e cada lugar têm um modo característico para apresentar Jesus Cristo e suscitar nos corações o seguimento. “ A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo” . A adesão a Jesus Cristo implica anúncio, apresentação, proclamação. Em outras épocas, a apresentação de Jesus Cristo se dava através de um mundo que se concebia cristão. Família, escola e sociedade ajudavam a se inserir na cultura, apresentavando também a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo.
  • 26. Esta é a razão pela qual cresce o incentivo à Iniciação à vida cristã, “grande desafio que questiona a fundo a maneira como estamos educando na fé e como estamos alimentando a experiência cristã”. Trata-se de “desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação à vida cristã que conduza a um encontro pessoal com Jesus Cristo”, atitude que deve ser assumida em todo o continente latino-americano. Um dos mais urgentes sentidos do termo missão em nossos dias: anunciar Jesus Cristo, recomeçando a partir dele. É preciso ajudar as pessoas a conhecer Jesus Cristo, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo . ANUNCIAR JESUS CRISTO
  • 27. O discípulo missionário de Jesus Cristo faz parte do Povo de Deus e vive sua fé em comunidade. Sem vida em comunidade, não há como viver a proposta cristã - o Reino de Deus. A comunidade acolhe, forma e transforma, envia em missão, restaura, celebra, adverte e sustenta. Percebe-se a busca por vida comunitária recordando a importância da vida em fraternidade e a sede por união e solidariedade. Em nossos dias, além das comunidades estabelecidas, deparamo-nos com comunidades transterritoriais, ambientais e afetivas e o rápido crescimento das comunidades virtuais, tão presentes na cultura juvenil. Estes fatos abrem o coração do discípulo missionário a novos horizontes de concretização comunitária. IGREJA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES
  • 28. Na busca de vida comunitária, a presença das comunidades eclesiais de base - as CEBs , alimentadas pela Palavra, pela fraternidade, pela oração e pela Eucaristia, são sinal de vitalidade da Igreja e presença eclesial junto aos mais simples, partilhando a vida e com ela se comprometendo em vista de uma sociedade justa e solidária. Num mundo plural, não há um único modo de ser comunidade. O Espírito sopra onde quer; nenhuma concretização comunitária possui o monopólio da ação do Espírito. Nenhuma deve chamar para si a primazia sobre as demais, pois todos são membros do corpo e possuem igual valor. A comunidade eclesial deve abrir-se para acolher dinamicamente os vários carismas, serviços e ministérios . PLURALIDADE NA VIDA COMUNITÁRIA
  • 29. O caminho para que a paróquia se torne uma comunidade de comunidades é inevitável, desafiando a criatividade, o respeito mútuo, a sensibilidade para o momento histórico. Mesmo consciente de que processos humanos e transformações de mentalidade são lentos, a Igreja no Brasil se compromete em acelerar o processo de animação e fortalecimento de efetivas comunidades. A setorização da paróquia pode favorecer o nascimento de comunidades, pois valorizam os vínculos humanos e sociais. A PARÓQUIA – COMUNIDADE DE COMUNIDADES
  • 30. A missão dos discípulos é o serviço à vida plena. A Igreja no Brasil sabe que “nossos povos não querem andar pelas sombras da morte. Têm sede de vida e felicidade em Cristo”. Ela proclama: “as condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem o projeto do Pai e desafiam os missionários ao compromisso com a cultura da vida”. Ao longo de uma história de solidariedade e compromisso com as vítimas das formas de destruição da vida, a Igreja se reconhece servidora do Deus da Vida. A IGREJA A SERVIÇO DA VIDA PLENA PARA TODOS
  • 31. Contemplando os diversos rostos de sofredores, o discípulo missionário enxerga nele o rosto de seu Senhor: chagado, destroçado, flagelado. O discípulo missionário não se cala diante da vida impedida de nascer seja por decisão individual, seja pela legalização e despenalização do aborto. Não se cala igualmente diante da vida sem alimentação, casa, terra, trabalho, educação, saúde, lazer, liberdade, esperança e fé. Ele se compromete com um mundo onde seja reconhecido o direito a nascer, crescer, constituir família, num mundo onde o perdão seja a regra; a reconciliação, meta de todos. Daí o “ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres”, “implícita na fé cristológica”, e que deverá “atravessar todas as suas estruturas e prioridades pastorais”. CONTEMPLAR OS ROSTOS SOFREDORES
  • 32. Consciente das urgências da miséria e da exclusão, o discípulo missionário não restringe sua solidariedade ao gesto da doação caritativa. A doação para a sobrevivência não abrange a totalidade da opção pelos pobres. Esta implica convívio, relacionamento fraterno, atenção, escuta, acompanhamento nas dificuldades, buscando, a partir dos próprios pobres, a mudança de sua situação. Os pobres e excluídos são sujeitos da evangelização e da promoção humana integral. A Igreja reconhece a importância da atuação no mundo da política e incentiva os leigos/as à participação efetiva na construção de um mundo justo, fraterno e solidário . PARA ALÉM DA DOAÇÃO CARITATIVA
  • 33.  
  • 34. Derivam numerosos e complexos desafios pastorais de nosso olhar sobre as marcas de nosso tempo (Cap. II), confrontado com as urgências na ação evangelizadora (Cap. III), a partir de Jesus Cristo (Cap. I). Em nosso imenso Brasil, as particularidades de cada contexto exigem que cada Igreja Particular responda a eles, a seu modo. A proposta de algumas perspectivas de ação quer contribuir com uma Igreja “comunhão e participação”, despertando a criatividade nas diversas iniciativas de ação. Quer promover também nas Igrejas Particulares e entre elas uma pastoral orgânica mais eficaz na perspectiva do Vaticano II - “Igreja de Igrejas”. RESPOSTAS DAS IGREJAS PARTICULARES
  • 35. A Igreja nasce da missão e existe para a missão. Ela existe para os outros e precisa ir a todos. O testemunho é condição para o anúncio. A própria comunidade cristã precisa ser, ela mesma, anúncio, pois o mensageiro é Mensagem. Os mensageiros de Jesus Cristo são testemunhas daquilo que viram, encontraram e experimentaram. Vendo a comunidade cristã reunida no amor e em oração, as pessoas exclamarão, como fala Paulo aos Coríntios: “Verdadeiramente, Deus está entre vós!”. A experiência de fé faz transbordar o anúncio para além da comunidade cristã - para cada um dos ambientes onde os mensageiros são enviados. IGREJA EM PERMANENTE ESTADO DE MISSÃO
  • 36. Cabe a cada comunidade eclesial buscar os grupos humanos ou as categorias sociais que merecem atenção especial. Entre esses grupos destacamos: os jovens; as pessoas da periferia das cidades, os intelectuais, artistas, políticos, formadores de opinião, trabalhadores com mobilidade, nômades, os povos indígenas e os afro-brasileiros... A missão ad gentes , dando “de nossa pobreza” mostra a maturidade eclesial - conseqüência e não apenas condição de abertura missionária.   As missões populares têm se mostrado um caminho eficaz, como também as visitas residenciais. Eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil podem ser momentos de evangelização, especialmente da juventude. Grupos humanos merecem maior atenção
  • 37. A catequese de inspiração catecumenal equivale ao processo de iniciação cristã - uma catequese permanente. A inspiração bíblica, catequética e litúrgica é condição para a iniciação cristã de crianças, de adolescentes, jovens e adultos. É necessário um processo de iniciação na vida cristã que conduza ao “encontro pessoal com Jesus Cristo”, no cultivo da amizade com Ele pela oração. As manifestações da piedade popular católica precisam ser estimuladas e purificadas porque têm grande significado para a preservação e a transmissão da fé. A qualidade e os frutos do catecumenato são proporcionais à sua duração. O Rito de Iniciação Cristã de Adultos (RICA) frisa que “deve prolongar-se mesmo por vários anos para que a conversão e a fé possam amadurecer”. Igreja: casa da iniciação à vida cristã
  • 38. Iniciação cristã personalizada No contexto marcado pelo pluralismo e o subjetivismo , implica em grande atenção às pessoas o desencadear o do processo de iniciação à vida cristã . As pessoas, ciosas de sua liberdade e autonomia , querem se convencer pessoalmente. A pedagogia evangélica consiste na persuasão do interlocutor pelo testemunho de vida e por uma argumentação sincera e rigorosa . A comunidade eclesial é o lugar de educação na fé para as crianças, adolescentes e jovens batizados, articulando fé e vida
  • 39. A Igreja no Brasil quer investir na formação dos católicos nas mais diversas formas de um seguimento comprometido com a Palavra de Deus. Todos os serviços eclesiais precisam estar fundamentados e iluminados pela Palavra de Deus. Algumas atitudes e vivências se tornam indispensáveis. Deparamo-nos com a necessidade de possuir a Bíblia. Através dela “chegar à interpretação adequada dos textos bíblicos e empregá-los como mediação de diálogo com Jesus Cristo”. O encontro com a Palavra viva exige a experiência de fé, incrementando a animação bíblica de toda a pastoral. Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral
  • 40. Diferentes formas de animação bíblica Dentre as diferentes formas de animação bíblica da pastoral, sobressaem: grupos de famílias, círculos bíblicos e pequenas comunidades em estreita relação com seu contexto social. Merece destaque a contribuição dos cursos e escolas bíblicas, voltadas aos leigos e leigas. Devemos estimular manifestações artísticas inspiradas na Sagrada Escritura, nas artes figurativas e na arquitetura, na literatura e na música. Importa saber utilizar o espaço dos novos meios de comunicação social, especialmente a internet.
  • 41. Dentre as formas de se aproximar da Sagrada Escritura, existe uma privilegiada: a leitura orante da Sagrada Escritura – a Lectio Divina - com seus quatro momentos: - leitura, meditação, oração e contemplação/ação. Investir, com afinco, na animação bíblica da pastoral e em agentes e equipes leva à formação continuada dos ministros e ministras da Palavra . Especial atenção merece a homilia para atualizar a mensagem da Bíblia de tal modo que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus no momento atual da sua vida. Leitura orante da Escritura
  • 42. Na renovação da paróquia há a urgência de “ setorização em unidades territoriais menores , com equipes de animação e de coordenação. A experiência comunitária conduz ao empenho para que a fraternidade e a união sejam assumidas em todas as instâncias da vida. Grande é o desafio da educação para a vivência da unidade na diversidade , fundada no princípio de que todos são irmãos e iguais em dignidade. As paróquias, p ara a maioria de nossos fiéis, é o único espaço de inserção na Igreja. É urgente que a paróquia se torne, cada vez mais, comunidade de comunidades vivas e dinâmicas de discípulos missionários de Jesus Cristo. Renovação da paróquia
  • 43. CEBs, foco de fé e evangelização Em muitas regiões do Brasil destacam-se as CEBs , forma privilegiada de vivência comunitária da fé. Para Aparecida, elas têm sido escolas que formam cristãos comprometidos, resgatando a experiência das primeiras comunidades dos Atos dos Apóstolos. A Conferência de Medellín reconheceu nelas a “célula inicial de estruturação eclesial e foco de fé e evangelização”. Elas permitem o povo chegar a um vivência da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços de leigos/as, e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. Junto com as CEBs, existem outras formas válidas de pequenas comunidades , e inclusive redes de comunidades, de movimentos, de grupos de vida, de oração e de reflexão.
  • 44. A articulação das ações evangelizadoras, através da pastoral orgânica evita a competição entre grupos. Instrumento privilegiado de uma pastoral orgânica é o planejamento, com a participação dos membros da comunidade eclesial na projeção da ação: no processo de discernimento e na tomada de decisão. A efetivação de uma Igreja com espírito missionário manifesta-se nas paróquias-irmãs , dentro e fora da diocese, análoga ao projeto Igrejas-irmãs , levando em conta a necessidade de pessoal e de recursos financeiros nas regiões mais carentes do país. A região amazônica merece uma atenção especial. Pastoral orgânica e de conjunto
  • 45. “ Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância ” resume a missão de Jesus e da Igreja. Em meio a um mundo marcado por sinais de morte e formas de exclusão, “a Igreja, animada por uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral ”, tem a missão de defender, cuidar e promover a vida: - a) defender e promover a dignidade da vida humana desde a fecundação até a morte natural; - b) tratar o ser humano como fim e não como meio; - c) tratar todo ser humano sem preconceito nem discriminação , acolhendo, perdoando, recuperando a vida e a liberdade de cada pessoa. Igreja a serviço da vida plena para todos
  • 46. Devemos ter um olhar especial para a família, patrimônio da humanidade, lugar e escola de comunhão, no seio da qual, os pais são os primeiros catequistas. Ela precisa ser considerada “um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora” e respaldada por uma pastoral familiar vigorosa e frutuosa. As crianças, adolescentes e jovens precisam de maior atenção por parte de nossas comunidades eclesiais porque são os mais expostos ao drama do abandono e ao perigo das drogas, da violência, da venda de armas, ao abuso sexual, à falta de oportunidades e perspectivas de futuro. Além da pastoral da juventude, é urgente uma pastoral infanto-juvenil consistente e efetiva em nossas Igrejas. A Família, patrimônio da humanidade
  • 47. No serviço à vida, devemos acompanhar as alegrias e preocupações: dos trabalhadores/as na luta contra o desemprego e o subemprego, criando ou apoiando alternativas de geração de renda, a economia solidária, a agricultura familiar, a agroecologia, o consumo solidário, a segurança alimentar, as redes de trocas, o acesso a crédito popular, o trabalho coletivo e a busca do desenvolvimento local sustentável e soli dário. Atenção especial aos migrantes. A Igreja, como mãe, deve ser a primeira a se interessar pela defesa dos Direitos Humanos; cabe aos cristãos apoiar as iniciativas em prol da inclusão social e o reconhecimento dos direitos das populações indígena e africana . Igreja em defesa dos Direitos Humanos
  • 48. Educar para a ecologia e para a política Importante campo de ação: educar para a preservação da natureza e o cuidado com a ecologia humana , através de atitudes que respeitem a biodiversidade. Entre essas ações, destaca-se a preservação da água - evitando sua privatização - do solo e do ar. O esforço por maior crescimento econômico deve ser orientado para o desenvolvimento sustentável. Incentive-se cada vez mais a participação social e política dos cristãos leigos/as nos seus níveis e instituições, promovendo a formação permanente. Incentive-se também a participação, ativa e consciente, nos Conselhos de Direitos .
  • 49. Tarefa de grande importância: a formação de pensadores e pessoas que estejam em níveis de decisão, e vangelizar os “novos areópagos”: o mundo universitário , o mundo da comunicação , uma presença pastoral junto aos empresários, aos políticos, aos formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais e comunitários, incentivando uma Pastoral da Cultura, através de Centros Culturais católicos e de projetos de difusão cultural. Num contexto cultural marcado pelo ceticismo e impregnado por sinais de irracionalidade, também midiática, a evangelização assume o desafio de aproximar a fé e a razão, com a aplicação da Doutrina Social da Igreja como decorrência imprescindível da própria fé cristã. Evangelizar os novos areópagos
  • 50.  
  • 51. DIRETRIZES GERAIS E PLANOS DE PASTORAL Para uma ação evangelizadora eficaz, é preciso ir além da definição de diretrizes. É necessário a elaboração de um plano diocesano de pastoral, de planos específicos em todos os âmbitos e serviços eclesiais. Do contrário, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora correm o risco de inoperância. A operacionalização das Diretrizes Gerais exige um processo de planejamento nas dioceses e nos Regionais da CNBB .
  • 52. Para se realizar um efetivo processo de planejamento, são necessários pelo menos sete passos. Se assumidos em espírito de comunhão e participação, podem causar um impacto sobre a realidade: Primeiro passo: onde estamos Segundo passo: onde precisamos estar Terceiro passo: nossas urgências pastorais Quarto passo: o que queremos alcançar Quinto passo: como vamos agir Sexto passo: o que vamos fazer Sétimo passo: a renovação das estruturas Passos metodológicos
  • 53. Estas Diretrizes apontam para o compromisso evangelizador da Igreja no Brasil no início da segunda década do século XXI. Manifestam, através das cinco urgências , uma resposta a este tempo de profundas transformações. Em continuidade com as orientações de toda a Igreja, elas assumem o mais profundo espírito do Concílio Vaticano II, da Conferência de Aparecida. Elas representam um forte apelo à efetiva unidade na diversidade . Só assim, a Igreja no Brasil tornar-se-á imagem do Deus-Trindade, quando Cristo será tudo em todos no amor (1 Cor 15,28). COMPROMISSO DE UNIDADE NA MISSÃO

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A fé cristã é nossa resposta livre e pessoal à Palavra de Deus, que nos interpela em Jesus Cristo(CR nº246). Só quem tem fé, se arrisca no amor de Jesus Cristo! Deixe o seu recado:

2- A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NA SAGRADA ESCRITURA

A Bíblia é um livro de adultos e para adultos. São os adultos que têm maior condição de refletir sobre o conjunto da mensagem e tomar decisões a partir da provocação da Palavra da Escritura. A Bíblia é texto essencial em catequese com adultos.

CONCLUSÃO.

2.1- A Revelação Bíblica e os adultos

A Bíblia é um livro escrito por adultos e para adultos.
Mostra o Itinerário de um povo que lê os sinais de Deus na sua história.
Nela os adultos mantêm vivas as tradições, transmitindo de geração em geração os fundamentos da fé (Sl 44. 78).
As festas são espaço de catequese, onde se prevê que o adulto seja o veículo da memória do fato celebrado (cf.: Êx 12,26-27).
As orações e recitações de relatos históricos são elementos importantes na educação da fé dos adultos.
O Shemá, “ouve, Israel”..., núcleo básico da fé de Israel, era rezado diariamente (Dt. 6,4-25) o Credo Histórico do povo de Deus (Dt.26,4-9). As advertências e consolações dos profetas são parte da formação dos adultos (cf. 2o Sm 12,1-14; Jr.7,1-15). Os Sapienciais mostram a diversidade de abordagens em livros escritos com óticas diferentes, conforme o contexto que querem responder .
A Bíblia trata do cotidiano com transparência e honestidade ao expor as fraquezas humanas de grandes figuras da fé.
Dentro dos limites da época e da cultura, promove o respeito à vida, chama à responsabilidade os adultos que precisam se posicionar diante da situação sócio-cultural em que vivem (cf. Dt.30,11-20).
O Novo Testamento mostra a formação dos adultos nas comunidades. Eram eles que se convertiam e levavam a família inteira à nova fé (cf. Lc 24, 13-35; Jo 4, 1-45; Lc 19,1-10; Mt 15, 21-31; At 8, 26-40; 10,1-48 ; 1Cor 11, 17-34 e outros).

Estas reflexões (que não pretendem ser completas) mostram que não se trata de colocar simplesmente a Bíblia na catequese com adultos e fazer a leitura de certos textos. Supõe que o agente saiba usar a Bíblia dentro de uma visão libertadora, dentro do contexto atual da vida, levando a um compromisso em nível pessoal, comunitário e social.

3- PERGUNTAS PARA AJUDAR NO APROFUNDAMENTO DO TEXTO

1. Quais as dificuldades encontradas na sua comunidade com o uso da Bíblia na catequese dos adultos e quais foram os resultados?

2. Dêem algumas propostas concretas que poderiam levar adiante essa questão na sua Diocese e no seu Regional.


BIBLIOGRAFIA
· Como nossa Igreja lê a Bíblia - CNBB - Paulinas – 1995.
· Crescer na Leitura da Bíblia- CNBB- Paulus, 2002
· A Bíblia na Catequese com Adultos - Revista Vida Pastoral de setembro-outubro 2001.
· A Bíblia na catequese - Inês Broshuis - Paulinas 2001.