Vamos lutar pela vida!
No dia 26 de junho, a Esplanada dos
Ministérios, em Brasília, foi palco de uma marcha que mobilizou diversos
movimentos, religiosos e não religiosos, em prol da causa contra o
aborto. A manifestação, organizada pelo Movimento Nacional da Cidadania
pela Vida – Brasil sem aborto –, teve início em frente ao Museu Nacional
da República e marchou até o gramado em frente ao Congresso Nacional. O
objetivo dos organizadores e manifestantes, além de protestar contra o
aborto, era também defender a aprovação do Projeto de Lei 478/2007,
conhecido como Estatuto do Nascituro.
“A vida é um direito universal, o
primeiro e mais fundamental de todos os Direitos Humanos. Em nosso país,
a Constituição Federal diz que o direito à vida é inviolável”, disse
Jaime Ferreira Lopes, um dos fundadores e vice-presidente do Movimento
Brasil sem Aborto. Jaime explica que para surtirem resultados no sentido
de coibir a prática de aborto, é necessária a participação da
sociedade. “É importante mobilizar o povo e a população para que
possamos impedir que o aborto seja legalizado em nosso país. Só com a
participação popular que o Congresso Nacional entende o que o povo quer,
por isso é importante a participação de todos”, afirmou.
A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) foi representada pelo o assessor da Comissão Episcopal
Pastoral para a Vida e a Família, padre Rafael Fornasier. Sobre a ideia
de que a causa contra o aborto é ligada à questão religiosa, padre
Rafael diz que, além desta, o motivador é “fundamentado em dados
filosóficos, antropológicos e jurídicos”. “O Estado é Laico, e respeita
todas as expressões religiosas, no entanto, o Estado não é ateu.
Defender a vida é um direito universal”, mencionou.
O vice-presidente da Federação Espírita
Brasileira, Antônio César Perri, também manifestou a posição da entidade
perante a causa. “Nós entendemos que a mobilização é importante para
mostrar para a sociedade nosso pensamento em defesa da vida, em qualquer
momento da existência física. Desde o momento da concepção já há um ser
que deve ser respeitado”.
Pastor Elias Castilho,
secretário-executivo da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso,
comentou sobre a posição dos evangélicos e a atuação junto ao governo.
“A vida é o maior patrimônio dado por Deus, temos feito um trabalho
muito grande nas comissões dentro do Congresso Nacional, inclusive em
parceria com a CNBB, defensores da vida”.
Na marcha também há casos como o da
manifestante Maria Aparecida Teles Felinto, que falou sobre a
experiência de interromper uma gravidez. “Eu já provoquei um aborto, há
30 anos. Até hoje choro por esse filho que não tive. É muita angústia,
muita dor, é um sentimento que não dá para superar”, descreve.
A Marcha contou a presença de muitos
jovens, representantes de diversos movimentos. Cláudio de Almeida, da
Associação desportiva Turma dos Ratos, que reúne jovens de diferentes
religiões, acredita que desde a concepção há uma vida no ventre materno.
“Acabar com a vida de um feto é uma injustiça porque essa vida não pode
se defender. Não é justo fazer um aborto devido à falha de duas
pessoas”, disse. “Hoje tenho quatro filhos, amo muito todos eles, e
penso se algum deles não estivesse ali, como faria falta”, exemplificou.
“A juventude, às vezes, pode parecer
minoria nessa causa, mas como cidadãos, também representa a luta pela
vida”, declarou Eliana Machado, de 20 anos.
Uma das reivindicações do movimento é a
aprovação do Estatuto do Nascituro, tido como um dos o mais importante
projetos em defesa da vida. O projeto tramita na Câmara dos Deputados
desde a apresentação, em 2005, do substitutivo do projeto de lei
1135/91, que propunha a total descriminalização da aborto, tornando a
prática totalmente livre, por qualquer motivo durante os nove meses da
gravidez.
A pediatra e homeopata Rosimere Oliveira
Neves, participou das cinco marchas realizadas nos anos anteriores e
disse ser radicalmente contra o aborto em qualquer situação. “É um
atentado contra a vida. Mesmo que essa mãe não queira essa criança, há
alternativas, além de cometer esse crime”, opina.
Rosimere também cita a necessidade de
profissionais de saúde se posicionarem perante a causa. “Se a lei for
aprovada vai obrigar esse profissional a fazer um aborto, e 80% são
contra o aborto. É o caos ser obrigado a matar, é um absurdo um médico
fazer um juramento milenar de Hipocrates, de defender a vida, e optar
por extinguir uma vida, de um ser formado, geneticamente constituído”,
declarou a pediatra.
CNBB participa de Sessão Solene pró-vida
Em
homenagem ao 6º aniversário do Movimento Nacional da Cidadania pela
Vida (Brasil sem aborto), a presidência da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) foi convidada a participar, no dia 25, de Sessão
Solene da Câmara dos Deputados. A sessão foi proposta pela Frente
Parlamentar em Defesa da Vida do Congresso. Em nome da presidência da
Conferência, estava o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a
Vida e a Família, padre Rafael Fornasier.
Na ocasião foram representadas várias
organizações religiosas, espíritas, evangélicas e católica –
representada pela CNBB –, que contribuem com a mobilização da sociedade
brasileira e, e especial, no trabalho de articulação política. De acordo
com o padre Rafael Fornasier, o “movimento é supra-religioso e
suprapartidário” e visa impedir a aprovação de projetos de lei que
atentem contra o direito à vida de uma criança por nascer, apoiando
proposições legislativas de afirmação deste mesmo direito.
Durante a reunião o padre afirmou que o
governo deve defender a vida concebida desde a concepção. “A questão da
vida desde o ventre materno é uma questão de cidadania, a Constituição
Federal e Código Civil, já garantem esse direito”. Ainda de acordo com
Rafael, a maior parte da população é contra o aborto. “O governo tem que
corresponder ao que a maioria do povo brasileiro defende. O povo não
admite aborto”, alegou.
http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/9699-brasil-sem-aborto-5o-marcha-nacional-da-cidadania-pela-vida
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