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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015



No dia 10 de maio deste ano, a 49ª. Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reunida em Aparecida, São Paulo, acabou de aprovar por 271 votos dos 274 bispos votantes “As Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015)”. Este importante documento é realmente uma bússola que vai guiar a ação evangelizadora da Igreja no Brasil durante os próximos quatro anos. O objetivo geral do documento é: “Evangelizar como Igreja missionária e profética, alimentada pela Palavra, à luz da evangélica opção pelos pobres, empenhada na promoção da dignidade da pessoa e na construção de uma sociedade justa e solidária, para que todos tenham vida em abundância, rumo ao Reino definitivo”.
As Novas Diretrizes depois da Introdução são divididas em seis capítulos: (I) A partir de Jesus Cristo; (II) Marcas do nosso tempo; (III) Perfil da ação evangelizadora, abordando: a Igreja em estado permanente de missão; Iniciação Cristã; a Bíblia como fonte de animação para toda a vida; a Igreja, comunidade de comunidades; e a Igreja a serviço da vida plena para todos. (IV) Perspectivas de ação; (V) Indicações de operacionalização (abordando: O plano como fruto de um processo de planejamento e os passos metodológicos); e (vi) Compromisso de unidade na missão.
O Documento afirma que: “Toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e seu Reino. Jesus Cristo é nossa razão de ser, origem de nosso agir, motivo de nosso pensar e sentir. Nele, com Ele e a partir dele mergulhamos no mistério trinitário, construindo nossa vida pessoal e comunitária”. As novas Diretrizes foram inspiradas no Documento de Aparecida. O conteúdo não seria algo completamente novo, mas um esforço de algo enxuto, que possa inspirar a atividade da Igreja nos próximos quatro anos.
As Diretrizes falam de mudanças de época e as várias atitudes que estão surgindo. Destacam duas: De um lado é o agudo relativismo, próprio de quem, não devidamente enraizado, oscila entre as inúmeras possibilidades. De outro, são os fundamentalismos, que se fecham em determinadas aspectos, não considerando a pluralidade e o caráter histórico de determinados aspectos. O Documento também lamenta que: “… o ser humano individualizado leva a não considerar devidamente o outro como irmão, esquecendo especialmente dos mais pobres, concebidos até mesmo como supérfluos e descartáveis”. Fala da “indispensável descoberta de valores fortes o suficiente para enfrentar a crescente violência, a corrupção, o tráfico de drogas, armas e pessoas, e o enfraquecimento da consciência política”.
Estas Diretrizes também falam das diversas formas de banalização e desrespeito à vida. Entre essas formas encontramos: “a manipulação de embriões, os homicídios, o aborto, a ausência de condições mínimas para moradia, alimentação e saúde, a falência do sistema penal e a ausência de efetiva proteção à família, aos jovens e idosos abandonados, às crianças, de tantos modos agredidas e desrespeitadas”.
O Documento afirma que: “O discípulo-missionário sofre com a transformação da vida de Fé em comercialização, fenômeno que tristemente cresce a cada dia, gerando propostas religiosas de duvidosa intenção de salvar. Não há, pois, como aceitar a mercantilização do sagrado, através do qual se semeia no coração das pessoas, o excessivo valor das coisas que passam, num esquecimento tácito de que a meta maior são os valores que não passam, isto é, os valores do Reino de Deus”. A motivação deste trabalho é incentivar as Igrejas Particulares a traçarem seus próprios Planos de Evangelização. Realmente, este é um tempo em que, através de “novo ardor, novos métodos e nova expressão” respondamos missionariamente à mudança de época com o recomeçar a partir de Jesus Cristo.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

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2- A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NA SAGRADA ESCRITURA

A Bíblia é um livro de adultos e para adultos. São os adultos que têm maior condição de refletir sobre o conjunto da mensagem e tomar decisões a partir da provocação da Palavra da Escritura. A Bíblia é texto essencial em catequese com adultos.

CONCLUSÃO.

2.1- A Revelação Bíblica e os adultos

A Bíblia é um livro escrito por adultos e para adultos.
Mostra o Itinerário de um povo que lê os sinais de Deus na sua história.
Nela os adultos mantêm vivas as tradições, transmitindo de geração em geração os fundamentos da fé (Sl 44. 78).
As festas são espaço de catequese, onde se prevê que o adulto seja o veículo da memória do fato celebrado (cf.: Êx 12,26-27).
As orações e recitações de relatos históricos são elementos importantes na educação da fé dos adultos.
O Shemá, “ouve, Israel”..., núcleo básico da fé de Israel, era rezado diariamente (Dt. 6,4-25) o Credo Histórico do povo de Deus (Dt.26,4-9). As advertências e consolações dos profetas são parte da formação dos adultos (cf. 2o Sm 12,1-14; Jr.7,1-15). Os Sapienciais mostram a diversidade de abordagens em livros escritos com óticas diferentes, conforme o contexto que querem responder .
A Bíblia trata do cotidiano com transparência e honestidade ao expor as fraquezas humanas de grandes figuras da fé.
Dentro dos limites da época e da cultura, promove o respeito à vida, chama à responsabilidade os adultos que precisam se posicionar diante da situação sócio-cultural em que vivem (cf. Dt.30,11-20).
O Novo Testamento mostra a formação dos adultos nas comunidades. Eram eles que se convertiam e levavam a família inteira à nova fé (cf. Lc 24, 13-35; Jo 4, 1-45; Lc 19,1-10; Mt 15, 21-31; At 8, 26-40; 10,1-48 ; 1Cor 11, 17-34 e outros).

Estas reflexões (que não pretendem ser completas) mostram que não se trata de colocar simplesmente a Bíblia na catequese com adultos e fazer a leitura de certos textos. Supõe que o agente saiba usar a Bíblia dentro de uma visão libertadora, dentro do contexto atual da vida, levando a um compromisso em nível pessoal, comunitário e social.

3- PERGUNTAS PARA AJUDAR NO APROFUNDAMENTO DO TEXTO

1. Quais as dificuldades encontradas na sua comunidade com o uso da Bíblia na catequese dos adultos e quais foram os resultados?

2. Dêem algumas propostas concretas que poderiam levar adiante essa questão na sua Diocese e no seu Regional.


BIBLIOGRAFIA
· Como nossa Igreja lê a Bíblia - CNBB - Paulinas – 1995.
· Crescer na Leitura da Bíblia- CNBB- Paulus, 2002
· A Bíblia na Catequese com Adultos - Revista Vida Pastoral de setembro-outubro 2001.
· A Bíblia na catequese - Inês Broshuis - Paulinas 2001.