No dia 10 de maio deste ano, a 49ª. Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reunida em Aparecida, São Paulo, acabou de aprovar por 271 votos dos 274 bispos votantes “As Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015)”. Este importante documento é realmente uma bússola que vai guiar a ação evangelizadora da Igreja no Brasil durante os próximos quatro anos. O objetivo geral do documento é: “Evangelizar como Igreja missionária e profética, alimentada pela Palavra, à luz da evangélica opção pelos pobres, empenhada na promoção da dignidade da pessoa e na construção de uma sociedade justa e solidária, para que todos tenham vida em abundância, rumo ao Reino definitivo”.
As Novas Diretrizes depois da Introdução são divididas em seis capítulos: (I) A partir de Jesus Cristo; (II) Marcas do nosso tempo; (III) Perfil da ação evangelizadora, abordando: a Igreja em estado permanente de missão; Iniciação Cristã; a Bíblia como fonte de animação para toda a vida; a Igreja, comunidade de comunidades; e a Igreja a serviço da vida plena para todos. (IV) Perspectivas de ação; (V) Indicações de operacionalização (abordando: O plano como fruto de um processo de planejamento e os passos metodológicos); e (vi) Compromisso de unidade na missão.
O Documento afirma que: “Toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e seu Reino. Jesus Cristo é nossa razão de ser, origem de nosso agir, motivo de nosso pensar e sentir. Nele, com Ele e a partir dele mergulhamos no mistério trinitário, construindo nossa vida pessoal e comunitária”. As novas Diretrizes foram inspiradas no Documento de Aparecida. O conteúdo não seria algo completamente novo, mas um esforço de algo enxuto, que possa inspirar a atividade da Igreja nos próximos quatro anos.
As Diretrizes falam de mudanças de época e as várias atitudes que estão surgindo. Destacam duas: De um lado é o agudo relativismo, próprio de quem, não devidamente enraizado, oscila entre as inúmeras possibilidades. De outro, são os fundamentalismos, que se fecham em determinadas aspectos, não considerando a pluralidade e o caráter histórico de determinados aspectos. O Documento também lamenta que: “… o ser humano individualizado leva a não considerar devidamente o outro como irmão, esquecendo especialmente dos mais pobres, concebidos até mesmo como supérfluos e descartáveis”. Fala da “indispensável descoberta de valores fortes o suficiente para enfrentar a crescente violência, a corrupção, o tráfico de drogas, armas e pessoas, e o enfraquecimento da consciência política”.
Estas Diretrizes também falam das diversas formas de banalização e desrespeito à vida. Entre essas formas encontramos: “a manipulação de embriões, os homicídios, o aborto, a ausência de condições mínimas para moradia, alimentação e saúde, a falência do sistema penal e a ausência de efetiva proteção à família, aos jovens e idosos abandonados, às crianças, de tantos modos agredidas e desrespeitadas”.
O Documento afirma que: “O discípulo-missionário sofre com a transformação da vida de Fé em comercialização, fenômeno que tristemente cresce a cada dia, gerando propostas religiosas de duvidosa intenção de salvar. Não há, pois, como aceitar a mercantilização do sagrado, através do qual se semeia no coração das pessoas, o excessivo valor das coisas que passam, num esquecimento tácito de que a meta maior são os valores que não passam, isto é, os valores do Reino de Deus”. A motivação deste trabalho é incentivar as Igrejas Particulares a traçarem seus próprios Planos de Evangelização. Realmente, este é um tempo em que, através de “novo ardor, novos métodos e nova expressão” respondamos missionariamente à mudança de época com o recomeçar a partir de Jesus Cristo.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
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