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quarta-feira, 2 de março de 2011

REFLEXÃO SOBRE OS EVANGELHOS SINÓTICOS



EVANGELHOS SINÓTICOS
Da origem dos Evangelhos
A origem dos Evangelhos está na morte de Jesus que aconteceu por ocasião da Páscoa. Assim sendo, a Páscoa é realmente o ato fundante do Cristianismo e neste fato está a manifestação da Realeza de Deus que possibilita a continuidade da presença de Jesus em nosso meio: Ele não morreu, mas ressuscitou. Na Páscoa temos então a passagem do corpo presente (morte) para o corpo ausente (ressurreição).
O Corpo é pão e vinho, ou seja, é fruto do trabalho do homem que prepara a terra e obtém os produtos necessários para o seu sustento. O pão representa a própria dignidade do homem, conquistada por meio do seu trabalho e também a presença divina.
O corpo é estrutura do pão repartido que gera vida, ou seja, é base de novas relações, de partilha (sem divisão de classes; participação no poder; abundância de Deus). Ele também é estrutura da Cruz que mata, ou seja, de uma economia tributária (gerada pelo Império Romano) e escravagista, geradora de morte, de classes sociais, de desigualdade, e em consequência da ausência de Deus.
→Evangelho é Boa Notícia! O que isto implica?
A palavra "Evangelho" vem do grego "evangélion", o que significa "Boa Notícia". Ele é a Boa Notícia porque nos traz o alegre anúncio da salvação, suscitando a nossa fé e fortalecendo-a. Para nós cristãos, é Boa Notícia porque se identifica com a própria pessoa de Cristo, seus atos e os exemplos de sua vida, em particular os fatos salvíficos de sua morte, ressurreição e ascensão, abrindo-nos novos horizontes que nos conduz à plenitude.
Esta Boa Notícia implica a superação da alienação, ou seja, uma boa notícia que traz a libertação, que pede compromisso na proclamação da fé, que é reveladora, pois através dela se conhece a natureza, o amor, a justiça e a vontade de Deus numa proximidade de Jesus com a humanidade: a encarnação.
→A Questão sinótica e a hipótese das duas fontes Os Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas são chamados de "os Evangelhos Sinóticos", porque eles partem de um mesmo documento perdido e têm multa coisa em comum.
Eles foram compostos entre quarenta e oitenta anos depois da passagem de Jesus, baseados em alguns documentos anteriores que hoje estão perdidos. Os estudiosos da Bíblia identificaram alguns desses documentos como sendo (a hipótese das duas fontes):
"Q" (Quelle do alemão = ‘’Fonte’’), um documento escrito em Aramaico, e hoje perdido, que alcançou aos escritores dos Evangelhos na forma de uma tradução para o Grego. Esta fonte explica os textos paralelos de Mateus e Lucas independentemente de Marcos. Esta fonte compreenderia narrações de milagres, coleções de ditos de Jesus, sua paixão, morte e ressurreição "Urmarcus" = Marcos Primitivo, um esboço anterior do Evangelho de Marcos, escrito com base nas narrações de Pedro sobre Jesus. O primeiro Evangelho escrito foi o de Marcos, ele foi escrito em Roma pelo menos quarenta anos depois da crucificação de Jesus. O Evangelho, como o temos hoje, é considerado uma versão ampliada do Urmarcus.
O Evangelho de Mateus foi escrito em Grego, na Antioquia, cerca de 90 d.C. O autor fez uso de pelo menos dois documentos perdidos o "Q" e o "Urmarcus". Nenhum estudioso independente considera esse Evangelho como sendo obra do Mateus apóstolo de Jesus. Se Mateus escreveu alguma coisa, com certeza deve ter sido o "Q". O terceiro Evangelho, o Evangelho de Lucas, foi escrito em algum lugar da Grécia em torno do ano 80 d.C. destinado ao uso de Theophilus, "o mais excelente", que era provavelmente algum importante
funcionário do Império Romano. Ele é basicamente uma apologia endereçada a não-judeus. Este Evangelho seria o resultado das duas fontes principais, mas não únicas: Marcos e “Q”.
→O conteúdo dos Evangelhos
MATEUS →S. Mateus (Mt.) este evangelho é representado pelo anjo, por dar início ao seu Evangelho a partir da Genealogia de Jesus.
Apresenta Jesus como o Messias, o Salvador que Deus havia prometido enviar ao mundo. O evangelho começa com a lista dos antepassados de Jesus, ligando-o assim à história do povo de Deus. Jesus é aquele em quem se cumprem as promessas feitas ao rei Davi e Abraão, o Pai do povo escolhido. Em seguida o autor conta a história do nascimento de Jesus, citando, passo a passo, textos do Antigo Testamento a fim de provar que Jesus é de fato o Messias que Deus enviou.
Neste evangelho os fatos da vida de Jesus aparecem na mesma ordem seguida no Evangelho de Marcos. Depois de ser batizado no rio Jordão por João Batista, Jesus é tentado no deserto e em seguida vai para a Galiléia, onde ensina multidões, cura doentes e expulsa demônios. Mateus dá muita importância aos ensinamentos de Jesus e os junta em cinco grandes discursos: 1) o sermão do monte, em que Jesus fala a respeito do caráter, dos deveres, dos privilégios e do destino daqueles que pertencem ao Reino do céu; 2) instruções dadas aos doze apóstolos para a missão de anunciar a vinda do Reino do céu e de curar os doentes; 3) os segredos do Reino do céu, apresentados em forma de comparações; 4) ensinamentos a respeito da Igreja, a nova comunidade composta dos seguidores de Jesus; 5) ensinamentos sobre o fim do mundo e a vinda do Reino do céu.
MARCOS →S. Marcos (Mc.) este evangelho é representado pelo leão, por tratar sobre João Batista, aquele que clama no deserto, lugar de habitação dos leões.
O Evangelho de Marcos, considerado o mais antigo de todos os Evangelhos, dá a Boa-Notícia a respeito de Jesus Cristo, fazendo notar principalmente a sua atividade constante e a sua autoridade. Jesus vai de um lugar para outro, anunciando a vinda do Reino de Deus, ensinando multidões, fazendo milagres e curando doentes. Para ajudá-lo, ele escolhe doze homens, em quem põe o nome de “apóstolos”. Estes acompanham Jesus por toda parte, aprendem o mistério do Reino de Deus e depois saem para anunciarem a mensagem da salvação e curarem pessoas.
A autoridade de Jesus vem de Deus. Ele é o Filho do Homem, aquele que Deus escolheu e enviou para ser o Salvador de todos. Portanto, ele tem autoridade para expulsar demônios, curar doentes e perdoar pecados. “Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b).
Evangelho e Evangelhos
"Evangelho" é uma palavra de origem grega que significa "boa notícia". Do ponto de vista da fé cristã, só há um evangelho: o de Jesus Cristo. Porque ele mesmo, o Filho de Deus encarnado na natureza humana (Jo 1.14) e autor da vida e da salvação (At 3.15 Hb 2.10 12.2), é a boa notícia que constitui o coração do Novo Testamento e fundamenta a pregação da Igreja desde os tempos apostólicos até os nossos dias.
No entanto, visto que toda notícia supõe a comunicação de uma mensagem, chamamos também de "evangelho" o conjunto dos livros do Novo Testamento, que, sob a inspiração do Espírito Santo, foram escritos para comunicar a boa notícia da vinda de Cristo e, com ele, a do Reino eterno de Deus (Mt 3.2 4.17 Mc 1.1,14-15 Lc 2.10 Rm 1.1-6,16-17). Nesse mesmo sentido, o apóstolo Paulo gosta de falar do "meu evangelho", fazendo assim referência ao anúncio da graça divina que ele proclamava (Rm 1.1,9,16 16.25 1Co 15.1 Gl 2.7 2Tm 2.8): uma mensagem que já antes fora escutada em Israel (Is 35 40.9-11 52.7 61.1-2a), mas que agora se estende ao mundo inteiro, a quantos, por meio da fé, aceitam Cristo como Senhor e Salvador (cf., entre outros, Rm 1.5 5.1 6.14,22-23).
Num terceiro sentido, o uso tem generalizado a aplicação do termo "evangelho" a cada um dos livros do Novo Testamento (Mateus, Marcos, Lucas e João) que nos têm transmitido praticamente a totalidade do que sabemos acerca de Jesus: da sua vida e atividade, da sua paixão e morte, da sua ressurreição e glorificação.
Da perspectiva da fé cristã, a palavra "evangelho" contém, pois, uma tríplice referência: em primeiro lugar, a Jesus Cristo, cuja vinda é o acontecimento definitivo da revelação de Deus ao ser humano em segundo lugar, à pregação oral e à comunicação escrita da boa notícia da salvação pela fé e, por último, aos quatro livros do Novo Testamento que desde o séc. II se conhecem pela designação genérica de "os Evangelhos".
Evangelhos e evangelistas
Tradicionalmente, os autores dos quatro primeiros livros do Novo Testamento recebem o nome de "evangelistas", título que na Igreja primitiva correspondia às pessoas a quem, de modo específico, se confiava a função de anunciar a boa nova de Jesus Cristo (At 21.8 Ef 4.11 2Tm 4.5. cf. At 8.12,40).
Durante os anos que se seguiram à ascensão do Senhor, a pregação apostólica foi sobretudo verbal, como vemos na leitura de Atos. Mais tarde, quando começaram a desaparecer aqueles que haviam conhecido Jesus em pessoa, a Igreja sentiu a necessidade de fixar por escrito a memória das palavras que haviam ouvido dele e dos seus atos que haviam presenciado. Durante certo tempo, circularam entre as comunidades cristãs de então numerosos textos referentes a Jesus, que, na maioria dos casos, eram simples apontamentos dispersos e sem conexão. Apesar do seu caráter fragmentário, porém, aqueles breves relatos representaram a passagem da tradição oral à escrita, passagem que presidiu o nascimento dos nossos quatro Evangelhos.
O propósito principal dos evangelistas não foi oferecer uma história detalhada das circunstâncias que rodearam a vida do nosso Senhor e dos eventos que a marcaram tampouco se propuseram a reproduzir ao pé da letra os seus discursos e ensinamentos, nem as suas discussões com as autoridades religiosas dos judeus. Há, conseqüentemente, muitos dados relativos ao homem Jesus de Nazaré que nunca nos serão conhecidos, embora, por outro lado, não reste dúvida de que Deus já revelou por meio dos evangelistas (cf. Jo 20.30 21.25) tudo o que não devemos ignorar.
Na realidade, eles não escreveram para nos transmitir uma completa informação de gênero biográfico, mas, como disse João, "para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (20.31). Os Evangelhos contêm, pois, um conjunto de narrações centradas na pessoa de Jesus de Nazaré e escritas com um propósito testemunhal, para a edificação da Igreja e para a comunicação da fé.
Mas isso não significa que os evangelistas manejaram sem cuidado os dados, as palavras e os fatos que recompilaram e que foram os seus elementos de informação. Pois, se bem que é certo que eles não trataram de escrever nenhuma biografia (ao menos no sentido específico que hoje damos ao termo), igualmente é que os seus escritos respondem com fidelidade ao discurso histórico tal e como era elaborado então, seja por haverem conhecido pessoalmente a Jesus ou por terem sido companheiros dos apóstolos que viveram junto dele.
A obra dos evangelistas nutriu-se especialmente das memórias que, em relação ao Senhor, eram guardadas no seio da Igreja como um depósito precioso. Essas memórias transmitiram-se no culto, no ensinamento e na atividade missionária, isto é, na pregação oral, que, durante longos anos e com perspectiva escatológica, foi o meio idôneo para reviver, desde a fé e em benefício da fé, o acontecimento fundamental do Cristo ressuscitado.
A simples leitura dos Evangelhos conduz logo a uma primeira classificação, que é resultante da constatação, de um lado, de que existe uma ampla coincidência da parte de Mateus, Marcos e Lucas quanto aos temas de que tratam e quanto à disposição dos elementos narrativos que introduzem e por outro, o Evangelho de João, cuja aparição foi posterior à dos outros três, parece ter sido escrito com o propósito de suplementar os relatos anteriores com uma nova e distinta visão da vida de Jesus (acerca dos temas e dos fatos, ver as Introduções aos Evangelhos). Porque, de fato, com exceção dos acontecimentos que formavam a história da paixão de Jesus, apenas três dos fatos referidos por João (1.19-28 6.1-13 e 6.16-21) encontram-se também consignados nos outros Evangelhos. Daí se conclui que, assim como o Evangelho Segundo João requer uma consideração à parte, os de Mateus, Marcos e Lucas estão estreitamente relacionados. Seguindo vias paralelas, oferecem nas suas respectivas narrações três enfoques diferentes da vida do Senhor. Por causa desse paralelismo, pelas muitas analogias que aproximam esses Evangelhos tanto na matéria exposta como na forma de dispô-la, vêm sendo designados desde o séc. XVIII como "os sinóticos", palavra tomada do grego e equivalente a "visão simultânea" de alguma coisa.
Os sinóticos começaram a aparecer provavelmente em torno do ano 70. Depois da publicação do Evangelho segundo Marcos, escreveu-se primeiro o de Mateus e depois o de Lucas. Ambos serviram-se, em maior ou menor medida, da quase totalidade dos materiais incorporados em Marcos, reelaborando-os e ampliando-os com outros. Por essa razão, Marcos está quase integralmente representado nas páginas de Mateus e de Lucas. Quanto aos novos materiais mencionados, isto é, os que não se encontram em Marcos, uma parte foi aproveitada simultaneamente por Mateus e Lucas, e a outra foi usada por cada um deles de maneira exclusiva.
Apesar de que os autores sinóticos tenham redigido textos paralelos, fizeram-no de pontos de vista diferentes e contribuindo cada qual com a sua própria personalidade, cultura e estilo literário. Por isso, a obra dos evangelistas não surge como o produto de uma elaboração conjunta, mas como um feito singular desde seus delineamentos iniciais até a sua realização definitiva. Quanto aos objetivos, também são diferentes em cada caso: enquanto Mateus contempla a Jesus de Nazaré como o Messias anunciado profeticamente, Marcos o vê como a manifestação do poder de Deus, e Lucas, como o Salvador de um mundo perdido por causa do pecado. Vigência e atualidade dos Evangelhos. Para a comunidade cristã, o valor dos Evangelhos é insubstituível e permanente ocupam um lugar único, tanto no âmbito geral da Igreja como no particular da devoção privada. Os Evangelhos são o único canal que conduz ao conhecimento da vida do nosso Senhor Jesus Cristo, pois não existe nenhum outro documento que o torne realmente presente. Ademais, põem de manifesto como o Espírito Santo inspirou nos evangelistas a boa nova da salvação, para que eles, por sua vez, proclamem-na com a sua própria voz, humilde e singela, mas chamada a fazer chegar a palavra de Deus a toda a humanidade.
Fonte:
iLúmina - A Bíblia do século XXI





Um comentário:

  1. Este tema foi desenvolvido "com louvor" pela Ir. Cida de Nova Mamoré, em um dos módulos da Escola Biblico-Catequética da Catedral. Obrigada Ir. Aparecida pelo empenho.

    Com Carinho,

    Rosana

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A fé cristã é nossa resposta livre e pessoal à Palavra de Deus, que nos interpela em Jesus Cristo(CR nº246). Só quem tem fé, se arrisca no amor de Jesus Cristo! Deixe o seu recado:

2- A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NA SAGRADA ESCRITURA

A Bíblia é um livro de adultos e para adultos. São os adultos que têm maior condição de refletir sobre o conjunto da mensagem e tomar decisões a partir da provocação da Palavra da Escritura. A Bíblia é texto essencial em catequese com adultos.

CONCLUSÃO.

2.1- A Revelação Bíblica e os adultos

A Bíblia é um livro escrito por adultos e para adultos.
Mostra o Itinerário de um povo que lê os sinais de Deus na sua história.
Nela os adultos mantêm vivas as tradições, transmitindo de geração em geração os fundamentos da fé (Sl 44. 78).
As festas são espaço de catequese, onde se prevê que o adulto seja o veículo da memória do fato celebrado (cf.: Êx 12,26-27).
As orações e recitações de relatos históricos são elementos importantes na educação da fé dos adultos.
O Shemá, “ouve, Israel”..., núcleo básico da fé de Israel, era rezado diariamente (Dt. 6,4-25) o Credo Histórico do povo de Deus (Dt.26,4-9). As advertências e consolações dos profetas são parte da formação dos adultos (cf. 2o Sm 12,1-14; Jr.7,1-15). Os Sapienciais mostram a diversidade de abordagens em livros escritos com óticas diferentes, conforme o contexto que querem responder .
A Bíblia trata do cotidiano com transparência e honestidade ao expor as fraquezas humanas de grandes figuras da fé.
Dentro dos limites da época e da cultura, promove o respeito à vida, chama à responsabilidade os adultos que precisam se posicionar diante da situação sócio-cultural em que vivem (cf. Dt.30,11-20).
O Novo Testamento mostra a formação dos adultos nas comunidades. Eram eles que se convertiam e levavam a família inteira à nova fé (cf. Lc 24, 13-35; Jo 4, 1-45; Lc 19,1-10; Mt 15, 21-31; At 8, 26-40; 10,1-48 ; 1Cor 11, 17-34 e outros).

Estas reflexões (que não pretendem ser completas) mostram que não se trata de colocar simplesmente a Bíblia na catequese com adultos e fazer a leitura de certos textos. Supõe que o agente saiba usar a Bíblia dentro de uma visão libertadora, dentro do contexto atual da vida, levando a um compromisso em nível pessoal, comunitário e social.

3- PERGUNTAS PARA AJUDAR NO APROFUNDAMENTO DO TEXTO

1. Quais as dificuldades encontradas na sua comunidade com o uso da Bíblia na catequese dos adultos e quais foram os resultados?

2. Dêem algumas propostas concretas que poderiam levar adiante essa questão na sua Diocese e no seu Regional.


BIBLIOGRAFIA
· Como nossa Igreja lê a Bíblia - CNBB - Paulinas – 1995.
· Crescer na Leitura da Bíblia- CNBB- Paulus, 2002
· A Bíblia na Catequese com Adultos - Revista Vida Pastoral de setembro-outubro 2001.
· A Bíblia na catequese - Inês Broshuis - Paulinas 2001.