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domingo, 11 de julho de 2010

Desenvolvimento do Processo Catecumenal

A iniciação catecumenal, de acordo com o RICA, se faz em 4 tempos e 3 etapas. A palavra “etapa” aqui tem um significado um pouco diferente do que aparece na linguagem comum. As etapas são entendidas como “portas” (algo que se abre, possibilitando avanço na comunidade), momentos fortes marcados por uma celebração específica que assinala a situação do iniciando dentro do processo, na passagem para o tempo seguinte. Como se vê no quadro abaixo, por exemplo, embora a celebração dos sacramentos seja um sinal forte na caminhada, ela não é o fim do processo, é a “porta” que se abre para a catequese mistagógica, que vai aprofundar a educação para a vivência do mistério.(Estudo da CNBB 97)
Quadro Geral da Iniciação Cristã
(Catecumenato pré-batismal) Conforme o RICA.
1º Temo

Pré- Catecumenato

Ou Primeiro

Anúncio (Querigma) 1ª Etapa-

Rito de

Admissão dos Candidatos 2º Tempo

Catecumenato

(Tempo mais longo de todos) 2ª Etapa-

Preparação

Para os Sacramentos

(eleição) Pároco 3º Tempo

Purificação e iluminação

(quaresma) 3ª Etapa-

Celebração dos

Sacramentos

De Iniciação

(Vigília Pascal)

Pároco 4º Tempo

Mistagogia

(Tempo pascal)

Tempo de acolhimento na comunidade cristã: Ao Catecume-

Nato(entrada)

Paroco Tempo suficientemente

Longo para:

Catequese, reflexão, aprofundamento. Preparação próxima para Sacramentos:

Escrutínios

Entrega do Símbolo e da Oração do Senhor

Catequese.

Práticas quaresmais (CF,etc).

Aprofundamento e maior mergulho no mistério cristão, no mistério pascal, na vida nova.

Vivência na comunidade
Cristã.
Primeira Evangelização. Vivência cristã,
Conversão. Ritos-Catequistas+ equipes litúrgicas.
Inscrição e colóquio com o catequista. Entrosamento com a igreja.

Ritos-Catequistas+ equipes litúrgicas. Ritos-Catequistas+ equipes litúrgicas.




sábado, 10 de julho de 2010

15º. Domingo do Tempo Comum – C





Somos convidados a ser Igreja samaritana. Dois exemplos nos ajudam: a samaritana bebeu da água viva e sai para anunciar a cidade que havia encontrado o messias. Hoje, temos outro samaritano. Aquele que é capaz de se aproximar, compadecer-se, sair da montaria e colocar sobre ela quem está no chão, caído.
O ponto de partida do Evangelho de hoje é a resposta sobre uma pergunta simples dirigida a Jesus: “Quem é o meu próximo?” Para os judeus, próximos eram os da mesma raça. Próximo significa ser amigo, ser vizinho... Jesus mostra que devemos nos fazer próximos. Não é uma categoria de privilegiados, pois podemos nos tornar próximos (solidários) a todos.
Percebemos que Jesus escolheu o que é fundamental – o amor! Este é o verdadeiro cumprimento da lei: o amor misericordioso que está sob toda a lei. O jurista reconhece o amor na teoria, mas usa a lei para aliviar o comprometimento com a misericórdia. O sacerdote era o homem do Templo, dos sacrifícios, dos ofícios. O levita era um “sacerdote de segunda categoria”. Ambos não tinham tempo, pois estavam ocupadas com as “coisas santas”, com o Templo de pedra. Jesus mostra que os homens “mais santos” não cumprem a lei na sua profundidade. Já os desprezados infiéis (samaritanos) se tornam próximos. Para Jesus a justiça não está nos títulos estabelecidos, mas pela atitude misericordiosa. Trata-se de um exame de consciência para avaliarmos a nossa postura religiosa: O que é ser religioso? Ir a Igreja? Cumprir preceitos? Ou trata-se de uma mudança de mentalidade, de uma abertura que me leva a acolher o próximo?
No v. 33, o verbo grego é traduzido como "compadeceu-se, teve misericórdia, foi movido por piedade, por compaixão". Foi esta a atitude do samaritano. No Evangelho de Lucas, o autor usa esse verbo, além da passagem bom samaritano, aplicando-o a Jesus (cf. 7,13= teve compaixão da Viúva que levava o filho) e para o Pai do filho pródigo (cf. 15,20= compadeceu-se do filho que voltara), portanto é um verbo que caracteriza uma ação divina, de quem tem pura gratuidade em sua ação. Quando alguém se compadece do próximo, assemelha-se a Deus.
O gesto do samaritano foi de misericórdia. A palavra misericórdia significa ter o coração batendo junto com o coração dos míseros (= sentir o que eles sentem, sofrer com). Quando sofremos junto com os pobres e sofredores, vamos ao encontro dele. Um doente compreende um doente; nós que vemos de fora, não conseguimos entrar no mundo do sofrimento alheio. Não basta encorajar os outros com palavras prontas, é preciso entrar no seu mundo, mostrar que o nosso coração sente o sofrimento alheio.
A lei do amor não está longe de nós, mas está ao nosso alcance. Nós também podemos amar assim (1ª. Leitura). Também nós podemos ir ao encontro daquele que sofrem, daquele que está doente, daquele que precisa de um conselho, de um sorriso, de alimento, de afeto, de compreensão, de solidariedade... É no cotidiano da vida que somos bons samaritanos. Talvez o judeu caído esteja mais perto de nós do que possamos imaginar. Antes de procurá-lo em um hospital ou num asilo, talvez seja melhor procurá-lo na sua casa e no seu trabalho.
Jesus nos ensina a amar com a totalidade do nosso ser. Amar com o coração (no hebraico centro da escolha, vontade, inteligência, entendimento), amar com a alma (no hebraico, fôlego; ser, pessoa, gente; personalidade, individualidade; vida; alma, desejo, estado de ânimo, sentimento, vontade). Assim, devemos nos voltar a Deus, diz-nos o Deuteronômio (Dt 30,10), com o coração, a inteligência e alma (Dt 6,5; Lc 10,27).
A Eucaristia ó banquete dos próximos. Jesus se torna próximo de toda a humanidade, vem ao nosso encontro, morre por nós, ressuscita, faz-se pão. Aqui nós somos ungidos com o óleo que suaviza a ferida, aqui nós recebemos o vinho da vida que desinfeta ferida e nos dá a verdadeira vida. Só um Deus que se faz próximo pode comer junto em nossa mesa.
“O meu Reino ó quem vai compreender? Não se perde na pressa que tem sacerdote e levita que vão se cuidar... mas se mostra em quem não se contém, se aproxima e procura o melhor para o irmão agredido que viu no chão”.

(Homilia Enviada pelo Pe.Roberto)

2- A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NA SAGRADA ESCRITURA

A Bíblia é um livro de adultos e para adultos. São os adultos que têm maior condição de refletir sobre o conjunto da mensagem e tomar decisões a partir da provocação da Palavra da Escritura. A Bíblia é texto essencial em catequese com adultos.

CONCLUSÃO.

2.1- A Revelação Bíblica e os adultos

A Bíblia é um livro escrito por adultos e para adultos.
Mostra o Itinerário de um povo que lê os sinais de Deus na sua história.
Nela os adultos mantêm vivas as tradições, transmitindo de geração em geração os fundamentos da fé (Sl 44. 78).
As festas são espaço de catequese, onde se prevê que o adulto seja o veículo da memória do fato celebrado (cf.: Êx 12,26-27).
As orações e recitações de relatos históricos são elementos importantes na educação da fé dos adultos.
O Shemá, “ouve, Israel”..., núcleo básico da fé de Israel, era rezado diariamente (Dt. 6,4-25) o Credo Histórico do povo de Deus (Dt.26,4-9). As advertências e consolações dos profetas são parte da formação dos adultos (cf. 2o Sm 12,1-14; Jr.7,1-15). Os Sapienciais mostram a diversidade de abordagens em livros escritos com óticas diferentes, conforme o contexto que querem responder .
A Bíblia trata do cotidiano com transparência e honestidade ao expor as fraquezas humanas de grandes figuras da fé.
Dentro dos limites da época e da cultura, promove o respeito à vida, chama à responsabilidade os adultos que precisam se posicionar diante da situação sócio-cultural em que vivem (cf. Dt.30,11-20).
O Novo Testamento mostra a formação dos adultos nas comunidades. Eram eles que se convertiam e levavam a família inteira à nova fé (cf. Lc 24, 13-35; Jo 4, 1-45; Lc 19,1-10; Mt 15, 21-31; At 8, 26-40; 10,1-48 ; 1Cor 11, 17-34 e outros).

Estas reflexões (que não pretendem ser completas) mostram que não se trata de colocar simplesmente a Bíblia na catequese com adultos e fazer a leitura de certos textos. Supõe que o agente saiba usar a Bíblia dentro de uma visão libertadora, dentro do contexto atual da vida, levando a um compromisso em nível pessoal, comunitário e social.

3- PERGUNTAS PARA AJUDAR NO APROFUNDAMENTO DO TEXTO

1. Quais as dificuldades encontradas na sua comunidade com o uso da Bíblia na catequese dos adultos e quais foram os resultados?

2. Dêem algumas propostas concretas que poderiam levar adiante essa questão na sua Diocese e no seu Regional.


BIBLIOGRAFIA
· Como nossa Igreja lê a Bíblia - CNBB - Paulinas – 1995.
· Crescer na Leitura da Bíblia- CNBB- Paulus, 2002
· A Bíblia na Catequese com Adultos - Revista Vida Pastoral de setembro-outubro 2001.
· A Bíblia na catequese - Inês Broshuis - Paulinas 2001.